Nasa estende missão do Atlantis em um dia

A agência espacial americana (Nasa) estendeu em um dia a missão do ônibus espacial Atlantis. Com isso, o retorno à Terra fica marcado para às 6h56 (horário de Brasília), da manhã de 21 de julho. Como o horário da Flórida está uma hora atrás do Brasil, isso significa que o pouso será noturno, alguns minutos antes do amanhecer.

O controle de missão também informou os astronautas que não foram detectados danos na nave durante a inspeção feita no sábado e que não há necessidade de uma nova análise.

A nave leva quatro toneladas de suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês – o suficiente para mais de um ano.

A missão é a última do Atlantis, da frota dos ônibus espaciais e da Nasa. Não há previsão de quando ocorrerá outro voo tripulado em um veículo da agência.

Entenda – A decisão de aposentar a frota veio após o desastre com o Columbia. A orientação do então governo Bush era finalizar ISS, aposentar a frota até 2010 e desenvolver uma nave nova que deveria estar em operação em 2014.

De lá para cá, o governo Obama confirmou a aposentadoria do programa, mas permitiu um ano a mais de voos, até 2011. As operações na ISS foram estendidas até pelo menos 2020. E o programa de naves da administração Bush, o projeto Constellation, foi cancelado. Em seu lugar, o atual presidente ordenou que a parte de desenvolvimento e construção de espaçonaves fosse delegada à iniciativa privada, enquanto a Nasa se dedicaria a pensar as próximas fronteiras da exploração espacial.

“Vamos começar a estender as fronteiras que temos para que não fiquemos fazendo a mesma coisa repetidamente. Vamos pensar sobre qual é o próximo horizonte. Qual é a nova fronteira? Mas para fazer isso, vamos precisar de avanços tecnológicos que ainda não temos”, disse Obama em uma entrevista com usuários do Twitter.

O presidente americano afirmou que a “nova fronteira” pode ser Marte e que, para chegar lá, “um asteroide é um bom ‘pit stop’”.

Missão – O Atlantis leva quatro astronautas experientes: o comandante Christopher Ferguson, em sua terceira missão; o piloto Doug Hurley, em sua segunda; e os especialistas de missão Sandy Magnus e Rex Walheim, ambos com três missões cada.

É a menor tripulação desde 1983. A razão para a equipe reduzida é que os outros ônibus espaciais foram aposentados: por isso, não há nenhum que possa ser usado em uma missão de resgate.

Caso haja algum problema com a nave, os tripulantes serão transferidos para a estação espacial e retornarão, um por vez, nas naves russas Soyuz – um processo que pode levar até um ano.

O Atlantis – O quarto ônibus espacial da Nasa está em operação há 26 anos e é responsável por alguns dos grandes marcos do programa americano: ele lançou o telescópio espacial de raios gama Compton e as sondas Magellan para Vênus e Galileo para Júpiter.

A nave também foi a primeira americana a acoplar com a estação espacial russa Mir, para onde fez sete voos consecutivos, entre 1995 e 1997.

Em 2009, o Atlantis fez a última missão de reparos prevista para o telescópio espacial Hubble, que permitiu que o observatório orbital, que estava definhando na época, pudesse ter sua expectativa de vida estendida para até 2014.

No voo seguinte, ele bateu o recorde do Discovery de menor número de problemas técnicos em uma missão: 54. Em 2010, bateu seu próprio recorde e baixou o número para 46.

A missão de 2010 estava prevista para ser a aposentadoria oficial do ônibus espacial. A atual era apenas uma missão de stand-by que seria usada para caso de necessidade de resgate do Endeavour, que, na época, estava previsto para fazer a missão final da frota. Com a decisão de tornar o voo de resgate em uma missão oficial, a nave foi recolocada em serviço.

Após a aposentadoria, o Atlantis será a único que continuará na Flórida, em exibição no complexo de visitantes do Centro Espacial Kennedy. O Discovery será enviado ao Museu Smithsonian na capital americana, Washington DC, no lugar do protótipo Enterprise, que nunca foi ao espaço e será transferido para Nova York. O Endeavour irá ao Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles. (Fonte: G1)