O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (14), após reunião com a presidente Dilma Rousseff, que o governo lançará neste ano concursos públicos abertos a estrangeiros para atrair ao Brasil cientistas experientes de outros países. Ele afirmou ainda que a presidente Dilma lançará em julho o programa “Ciência sem Fronteiras”, destinado a enviar ao exterior estudantes brasileiros nas áreas de ciência e tecnologia.
“Vamos lançar o programa “Ciência sem Fronteiras” ainda em julho. A presidente vai lançar 75 mil estudantes brasileiros na área tecnológica, engenharia e ciências básicas e vamos abrir concursos internacionais para nossos institutos de pesquisa, para trazer cientistas de ponta para impulsionar algumas áreas estratégicas do Brasil”, disse.
Mercadante explicou que, devido à crise financeira internacional, muitos cientistas dos Estados Unidos e da Europa estão desempregados. A falta de incentivos à pesquisa nos países desenvolvidos coincide, segundo ele, com a vontade política do Brasil de investir em tecnologia. Além disso, um terço dos cientistas brasileiros irá se aposentar nos próximos dois anos, de acordo com Mercadante.
“Nós temos que repor o pessoal, porque nos próximos dois anos pelo menos um terço dos pesquisadores dos institutos deverá estar se aposentando. Nesse processo de renovação, vamos compor com uma parte desses profissionais do Brasil e uma parte de experientes pesquisadores e cientistas internacionais que estão motivados a vir para o Brasil”, disse.
Sem adiantar detalhes, o ministro afirmou que, no dia 10 de julho, Dilma lançará o “Ciência sem Fronteiras”, para estimular o intercâmbio de estudantes brasileiros na área de engenharia, ciência e tecnologia. A finalidade será permitir que 75 mil brasileiros passem um ano da graduação nas melhores universidades estrangeiras.
“Vamos fazer um salto quântico no programa de graduação e pós-graduação. 75 mil estudantes brasileiros vão passar um ano nas melhores universidades do mundo. Serpa faculdade sanduíche. Eles vão passar um ano e voltar. Queremos eles de volta ao Brasil”, afirmou o ministro.
Mercadante acompanhou a audência do neurocientista Miguel Nicolelis com Dilma nesta tarde, no Palácio do Planalto. Nicolelis apresentou à presidente a proposta de construir escolas bilíngues na fronteira do Brasil com outros países.
“O objetivo é integrar esse programa com os países irmãos na América do Sul. Metade das crianças seria brasileira e a outra metade, crianças do país fronteiriço, além de professores de ambos os países. As aulas seriam em português e espanhol”, disse.
Nicolelis também propôs trazer ao Brasil as primeiras demonstrações de interface cérebro-máquina transformadas em aplicação clínica para locomoção de pacientes paraplégicos ou quadriplégicos. Para o cientista, o ideal seria fazer uma demonstração na Copa do Mundo de 2014 de uma pessoa com deficiência física andando com o auxilio de máquinas ligadas a sensores cerebrais.
“[Mostraria] que a ciência brasileira tem esse potencial tremendo em colaboração com colegas do mundo todo e com a sociedade brasileira, porque queremos que seja um projeto da sociedade para tentar realizar o sonho de fazer um paciente paralisado voltar a andar novamente, usando uma veste robótica controlada pelo sistema nervoso central”, afirmou. (Fonte: Nathalia Passarinho/ G1)