Alces fêmeas podem ser capazes de manipular machos enamorados incitando brigas entre machos rivais por meio de gemidos, segundo pesquisadores. Já se sabia anteriormente que as fêmeas produziam “gemidos de protesto” em resposta aos avanços dos machos.
Cientistas da Universidade do Estado de Idaho, nos Estados Unidos, descobriram que as fêmeas gemem mais quando são abordadas por machos menores e que isso provoca brigas com machos maiores.
Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Behavioural Ecology and Sociobiology, as fêmeas podem ter mais controle sobre a escolha de parceiros do que se imaginava anteriormente.
Aproximações – Os alces são animais poligínicos, o que significa que um macho copula com várias fêmeas, mas cada fêmea tem apenas um parceiro macho.
A reprodução ocorre durante o outono, quando os machos competem pelas fêmeas, resultando em ferozes batalhas.
Os pesquisadores observaram os alces durante esse período no Parque Nacional Denali, no Alasca.
“As fêmeas davam gemidos de protesto com mais frequência em resposta à aproximação de machos pequenos, apesar de os machos maiores se envolverem em mais aproximações”, afirma o coordenador do estudo, Terry Bowyer.
Escolha – O especialista, que vem estudando os alces nessa região desde a década de 1980, percebeu que o gemido das fêmeas tinha um propósito duplo.
“Esse comportamento das fêmeas as ajuda a evitar o assédio de machos menores, mas também provocava brigas entre os machos maiores, afirma.
“A agressão dos machos era mais comum quando as fêmeas davam gemidos de protesto do que quando não davam, indicando que essa vocalização incite a agressão entre os machos”, observa.
Segundo Bowyer, a pesquisa também indica que as fêmeas de alce poderiam provocar propositalmente brigas entre os machos como uma forma de escolher seus parceiros.
“Os gemidos de protesto permitem às fêmeas exercer alguma escolha em um sistema de acasalamento no qual os machos restringem essa escolha por meio do combate com outros machos”, disse ele à BBC.
Para Bowyer, a escolha das fêmeas pode ter sido subestimada porque era “escondida” pelos combates entre os machos.
“Acreditamos que a escolha feminina é um componente mais importante dos sistemas de acasalamento em mamíferos poligínicos do que se pensava anteriormente”, conclui ele. (Fonte: Portal iG)