Um laboratório na Universidade Federal do Rio de Janeiro funciona como uma espécie de fábrica de células. No local, os cientistas brasileiros conseguiram recriar neurônios de pacientes que sofrem de esquizofrenia – um transtorno mental sem cura, mas que pode ser controlado com medicamentos. Eles aplicaram uma técnica criada no Japão em 2007, com tecnologia totalmente brasileira.
Os pesquisadores usaram um pedaço de pele de uma pessoa esquizofrênica e – com a ajuda de um vírus – forçaram as células a “voltar no tempo” até virarem células tronco embrionárias, que dão origem a vários tecidos. O passo seguinte foi fabricar os neurônios.
Durante a pesquisa, a equipe brasileira conseguiu identificar certas alterações nos neurônios de um paciente esquizofrênico. Essas células consomem mais oxigênio e produzem mais radicais livres, o que pode provocar danos às células.
Os neurônios criados em laboratório devem ajudar os cientistas a entender melhor esse distúrbio e a encontrar medicamentos mais eficientes para tratar a esquizofrenia. As descobertas feitas no laboratório podem trazer maior esperança a quase dois milhões de brasileiros que sofrem desse mal.
No futuro, será possível vislumbrar uma medicina individualizada. Com um fragmento da pele de um paciente, será possível transformar a pele em célula-tronco e, depois, em neurônio. A partir daí, medicamentos poderão ser testados para que se descubra qual são mais eficazes para determinado paciente. (Fonte: G1)