O biotério da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em Florianópolis, foi alvo de pichações e de uma tentativa de incêndio na madrugada de terça-feira (20).
Segundo Leandro Oliveira, diretor do departamento de segurança do campus, não houve danos materiais. Algumas paredes do prédio foram pichadas, e gasolina foi encontrada espalhada pelo chão e sobre caixas de ar condicionado. “A gasolina evapora muito rápido e, apesar da intenção do grupo, não incendiou”, diz Oliveira.
Ainda de acordo com o diretor de segurança, o biotério – viveiro em que se conservam animais utilizados em experimentos científicos – abriga hoje cerca de 1.000 roedores, 20 casais de cães beagle e alguns pássaros. A área que sofreu os ataques está em construção e será usada como ampliação do laboratório para roedores. Oliveira acredita que o ato tenha sido planejado, já que o prédio, por estar em obras, ainda não conta com câmeras de vigilância. “Os ativistas não passaram por onde tem câmeras.”
A Frente de Libertação Animal (ALF) assumiu a autoria dos ataques por meio de um comunicado publicado no site “Ativismo Brasil”. “Nós deixamos a nossa marca nos muros do complexo do biotério da UFSC, inclusive no novo prédio do biotério central, ainda em construção, para que todos os vivisseccionistas saibam que estamos aqui e em todos os lugares lutando pela liberdade dos ratos, pombos, cabras e cães que a UFSC mantém em confinamento para serem usados em experimentos ultrapassados que violam os interesses desses animais e em nada beneficiam a saúde humana”, diz uma publicação da Frente na internet.
A ação foi filmada e fotografada pelo grupo, que postou o material no site da ALF. No comunicado, a entidade diz ainda que as ações irão continuar. “Nós voltaremos para libertar os animais, e voltaremos para sabotar novos equipamentos quando esses forem recebidos. Voltaremos para garantir que o direito de vida e de liberdade seja garantido a cada um dos seres sencientes explorados por essa universidade.”
Esse é o segundo ataque feito por protetores dos animais contra a UFSC. O primeiro ocorreu em 1999, quando os saguis que estavam no laboratório de psicologia experimental foram soltos por um grupo de ativistas. Não se sabe se os ataques têm ligação.
O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. (Fonte: Janaína Meneghel/ Folha.com)