Cientistas japoneses conseguiram construir uma hipófise – aquela glândula do cérebro que tem o tamanho de uma ervilha e que produz hormônios sexuais e do crescimento – a partir de células-tronco embrionárias de camundongos. Quando o tecido foi transplantado em camundongos com problemas na hipófise, os níveis de hormônios que faltavam voltaram a subir. Se o mesmo método funcionar com células-tronco humanas, a glândula desenvolvida em laboratório pode transformar completamente tratamentos de pessoas com disfunções na hipófise.
No estudo, os pesquisadores utilizaram uma cultura de células-tronco agregadas em três dimensões, ao invés de em duas ou só uma camada, que mimetizou o modo como as células se desenvolvem no embrião. A interação dos tecidos produziu os cinco tipos de células que constituem a hipófise.
O estudo foi feito com células tronco-embrionárias de camundongos e agora os pesquisadores pretendem aplicar a tecnologia em células-tronco embrionárias de humanos e células-tronco pluripotentes induzidas, que são geradas a partir de tecidos adultos. Estes dois tipos de célula são capazes de se converter em qualquer outro tipo de célula do corpo. “É difícil dizer, mas esperamos que em três anos seja possível produzir hipófises humanas a partir de células- tronco humanas”, disse ao iG Yoshiki Sasai, do Centro Riken, no Japão e autor da pesquisa publicada no periódico científico Nature.
O pesquisador explica que outro desafio é a aplicação médica é um método eficiente e seguro para ser usado em transplantes humanos para o tratamento de disfunções da hipófise. Sasai explica que problemas de produção hormônios específicos da hipófise, como os hormônios de crescimento (baixa estatura na infância, atividade reduzida em adultos) poderiam também ser alvo da terapia celular. (Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)