Estudo produzido por uma rede de organizações das nações que detêm partes da Amazônia aponta que as condições sociais, econômicas e ambientais da região progrediram nos últimos anos, mas que o avanço foi insuficiente para tirá-la da condição de menos desenvolvida que o resto das áreas desses países.
Ou seja, em cada um dos países, a porção amazônica tem indicadores piores de desenvolvimento que a média nacional. Os autores compararam dados para medir o quanto a Amazônia avançou em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, assumidos em 2000 pelos membros da ONU com vista a 2015. Foram analisadas as regiões amazônicas do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Ao todo, forma avaliados nove aspectos de desenvolvimento e apenas um foi considerado satisfatório: a igualdade de gênero na educação. Outros oito continuam sendo insatisfatórios (reduzir a pobreza extrema pela metade, garantir o estudo primário, reduzir em dois terços a mortalidade de crianças de até 5 anos, reduzir a mortalidade materna em 75%, reduzir a propagação da Aids, reduzir a disseminação de malária, diminuir o desmatamento e aumentar o acesso ao saneamento básico). Dentre os nove países amazônicos, a Venezuela se destaca com progressos maiores.
Os dados disponíveis indicam que o desmatamento aumentou em todos os países, exceto no Brasil. Mas como o desmatamento brasileiro representa 72% do total da Amazônia, a média geral diminuiu. Neste ponto, ressalta-se que faltam dados para uma avaliação mais detalhada.
Ainda de acordo com o levantamento, a grande riqueza natural da Amazônia é usada de maneira excessiva em muitos países e contrasta com a pobreza, a desigualdade e o nível de contaminação por várias doenças, entre elas a malária e a tuberculose.
Mulheres – Ainda fica claro que as mulheres da Amazônia são desfavorecidas na política, assim como no mercado de trabalho, e a mortalidade materna, assim como a propagação da Aids, aumentou se a região for considerada como um todo.
O saneamento básico na Amazônia ainda é insuficiente e a diferença entre as áreas urbanas e rurais é gritante. Os povos indígenas, por sua vez, enfrentam desafios importantes para terem qualidade de vida.
O acesso à educação melhorou, mas falta reduzir a disparidade na qualidade entre os meios urbanos e rurais, adaptando, por exemplo, os métodos de ensino ao contexto sociocultural. Existe também uma redução da mortalidade infantil e um aumento significativo do número de áreas protegidas e territórios indígenas legalmente reconhecidas.
O estudo foi apresentado nesta quarta-feira (16) em Belém durante evento do Fórum Amazônia Sustentável e Articulação Regional da Amazônia. (Fonte: Globo Natureza)