A atenção do mundo científico estará voltada nesta terça-feira (13) para o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês), que divulgará novos resultados dos experimentos com os quais pretende detectar o Bosón de Higgs, também conhecido como “Partícula de Deus”, pilar da Física moderna.
Para isso, o Cern convocou a comunidade de físicos para um seminário, durante o qual serão apresentados os avanços registrados nos experimentos realizados pelo ATLAS e pelo CMS, dois detectores (de um total de quatro) do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) que buscam a partícula de Higgs.
Os novos resultados se basearão no maior volume de dados analisados até agora.
Embora o Cern tente moderar as expectativas destacando que ainda não chegou à etapa de estabelecer de maneira definitiva a existência ou não do Bosón de Higgs, alguns cientistas anteciparam à Agência Efe que serão apresentados “resultados sólidos” que apontam para sua “presença” no universo.
De todos os modos, a cautela se impõe e não se dirá nada definitivo até que esses resultados sejam conferidos várias vezes e se possa eliminar todo risco de erro.
“Esta análise deve ser suficiente para marcar um progresso significativo na busca pelo Bosón de Higgs”, se limitou a dizer o Cern, que conta com pouco mais de 2,4 mil colaboradores e cujo orçamento anual é de 900 milhões de euros.
Seus cientistas estão há semanas analisando uma quantidade incomensurável de dados recolhidos pelo LHC buscando a “Partícula de Deus”, cuja existência foi postulada em 1964 pelo físico Peter Higgs.
Essa partícula explicaria as interações entre as demais partículas e as forças que atuam entre elas, o que por sua vez permitiria compreender a origem da massa. Os cientistas acreditam que se ainda não foi descoberta é porque não houve energia necessária para torná-la visível em experimentos físicos.
O LHC produziu essa energia jamais atingida este ano, conseguindo acelerar feixes de prótons em sentidos opostos a mais de 99,9% da velocidade da luz antes que se choquem.
No acelerador – um anel de 27 quilômetros de circunferência e dotado de quatro gigantescos detectores enterrados entre 50 e 150 metros debaixo da terra – são geradas 20 milhões de colisões por segundo, mas de todas elas uma ínfima parte oferece dados que passam pelo primeiro filtro de análise.
São os dados que passam por essa primeira etapa que são registrados na memória de milhares de computadores, tanto do Cern como da rede de laboratórios e centros de pesquisa associados no mundo todo, para serem posteriormente analisados.
A quantidade de dados gerada por cada detector anualmente é gigantesca e inimaginável, mas para entender de algum modo sua magnitude baste dizer que, se fossem gravados em CDs e estes fossem empilhados um sobre outro, formariam uma coluna de 20 quilômetros de altura. (Fonte: Portal Terra)