A população japonesa deve diminuir 30 por cento até 2060, ficando abaixo dos 90 milhões de habitantes, sendo dois quintos deles maiores de 65 anos, disse o governo local nesta segunda-feira (30), num sinal do forte ônus financeiro que recai sobre uma das sociedades que mais rapidamente envelhecem no mundo.
O estudo realizado a cada cinco anos pelo Instituto Nacional de População e Seguridade Social japonês, prevê que a queda da natalidade e o aumento dos idosos seja a tendência dominante nos próximos 50 anos
O primeiro-ministro Yoshihiko Noda já prometeu duplicar em duas etapas, até outubro de 2015, o imposto sobre o consumo, que é de 5 por cento, na esperança de que isso ajude a reduzir o déficit previdenciário no Japão, que aumenta à razão de 1 trilhão de ienes (13 bilhões de dólares) por ano e agrava uma dívida pública que já alcança quase o dobro do valor do PIB japonês, que é de 5 trilhões de dólares.
“A tendência de envelhecimento da sociedade irá continuar, e é difícil esperar que a taxa de natalidade vá subir significativamente”, disse Osamu Fujimura, chefe de gabinete do governo, em entrevista coletiva. “Sendo assim, é necessária uma abrangente reforma tributária e previdenciária.”
A população japonesa tem o maior ritmo de envelhecimento entre os países desenvolvidos, por causa da baixa taxa de natalidade e da elevada expectativa de vida.
A população, que era de 128,06 milhões em 2010, deve cair para menos de 100 milhões em 2048, e para 86,74 milhões em 2060, segundo projeção divulgada nesta segunda-feira pelo departamento de pesquisas do Ministério da Saúde.
Até 2060, o número de japoneses com até 14 anos deve cair para 7,91 milhões, menos de metade do número atual. Já a população com 65 anos ou mais deve aumentar em 18 por cento, chegando a 34,64 milhões, o que representará 39,9 por cento da população total – na estimativa de 2010, esse grupo compunha 23 por cento do total.
O envelhecimento da população, um dos grandes problemas para o futuro do sistema de seguridade social do Japão, fez com que em 2011 o consumo do mercado dos maiores de 65 anos gerasse mais de 100 trilhões de ienes, segundo um relatório da seguradora Daiichi. Isso representa um aumento de 2,4% em relação a 2010 e cerca de 44% do total do consumo do Japão, segundo os dados da Daiichi.
Perante o envelhecimento demográfico, muitas empresas japonesas adaptaram seus produtos e negócios para este segmento da população, que em geral conta com um grande poder aquisitivo, e ajudou no desenvolvimento de novas indústrias, como a dos robôs de assistência. (Fonte: Portal iG)