Cerrado e Pantanal registram queda no desmatamento, afirma governo

O ritmo de desmatamento no Pantanal e na Mata Atlântica desacelerou entre 2008 e 2009, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Ministério do Meio Ambiente.

Neste período, o Pantanal perdeu 188 km² de área, enquanto que 248 km² da cobertura vegetal da Mata Atlântica foram suprimidos.

Os números são do projeto de monitoramento por satélite do desmatamento nos biomas brasileiros, realizado pela Secretaria de Biodiversidades e Florestas em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

No Pantanal, a média anual de desmate entre 2002 e 2008 foi de 611 km². Entre 2008 e 2009, essa média anual caiu 69%.

O total de vegetação perdida no bioma foi de 23.158 km² (15,31% da cobertura original). As cidades de Corumbá e Cáceres, ambas no Mato Grosso, foram as principais responsáveis pela degradação na região (108,7 km²).

Segundo o secretário de biodiversidade, Bráulio Dias, apesar da redução, a dinâmica de devastação no Pantanal passa por modificação.

Dias, que deixou oficialmente nesta quinta o cargo no MMA para assumir a secretaria-executiva da Convenção da Diversidade Biológica da ONU, disse que áreas de florestas têm sido derrubadas no interior do bioma para garantir espaços livres voltados à pecuária. Tal metodologia era empregada anteriormente nas bordas.

Mata Atlântica – O bioma que abrange 15 estados brasileiros perdeu, entre 2008 e 2009, 248 km² de sua cobertura vegetal. Este número é inferior à média anual do período de 2002 a 2008 (457 km²).

Entretanto, ainda há preocupação já que restam apenas 22,23% de sua vegetação original, que era equivalente a 1,1 milhão de km². O estado de Minas Gerais foi o principal responsável pelo desmate (115,8 km²), seguido da Bahia (65,8 km²) e Santa Catarina (17,6 km²).

O ministério do Meio Ambiente reiterou que o combate às atividades ilegais nessas áreas continuarão, principalmente nos estados onde não houve registro de novas derrubadas, como Alagoras, Rio Grande do Norte e Paraíba (desmatamento zero).

“A dinâmica da supressão de vegetação está acontecendo em ritmo bem menor. No Rio de Janeiro, por exemplo, está havendo até regeneração de mata nativa”, afirmou a ministra Izabella Teixeira, que concedeu coletiva na manhã de quinta-feira.

“O monitoramento é importante para gerar informações e apoiar a fiscalização em campo, mas também para ajudar na formulação das políticas públicas, que permitam ao país ter desenvolvimento com preservação”, destacou.

Pampas – A devastação dos pampas, que abrange grande parte do Rio Grande do Sul, cresceu entre 2008 e 2009 – se comparada com a média anual entre 2002 e 2008. Os dados apontaram perda de 331 km². Atualmente, apenas 35% do bioma encontra-se preservado.

No ano passado o governo havia divulgado informações do desmatamento no Cerrado e na Caatinga. A metodologia é a mesma empregada no sistema Prodes, utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para monitorar anualmente a Amazônia Legal.

De acordo com o ministério do Meio Ambiente, ainda este ano serão divulgados os monitoramentos referentes aos anos de 2010 e 2011. A intenção é que, a partir de 2012, os dados de desmatamento de todos os biomas sejam divulgados em conjunto. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)