Os pesquisadores Fernando Vasconcelos e Danielle Calandino, do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), identificaram 116 causas responsáveis pela perda da diversidade biológica brasileira. Durante dois meses, entrevistaram 40 gestores públicos de diversos órgãos do governo federal ligados ao tema, trabalho que resultou no documento “Causas e consequências da perda da biodiversidade”.
Os resultados dessa investigação estão sendo debatidos por especialistas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), dos seus órgãos vinculados e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO G), nesta quinta e sexta-feira (10 e 11/05), em Brasília, com o objetivo de fazer um diagnóstico sobre o assunto. Vamos construir os grandes eixos que levam à perda da biodiversidade e relacionados à ação do homem, explica a analista ambiental da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) do MMA, Lúcia Lopes.
Futuro – A identificação dos problemas permitirá a construção do Plano de Ação para a Conservação da Biodiversidade para os próximos dez anos. A iniciativa coloca o país no eixo que leva à implementação das 20 metas de Aichi, acordadas ao final da Décima Conferência das Partes (COP 10) da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada no Japão em 2010.
Os especialistas garantem que a este é apenas o primeiro passo para se construir soluções que reverter a situação. Se não houver a integração de políticas de desenvolvimento para o país, não se tem como estancar a perda da biodiversidade, assegura a pesquisadora do Funbio, Danielle Calandino. “Precisamos interromper os processos degradantes”, reforça o consultor Fernando Vasconcelos. Ele acredita que o Brasil tem a oportunidade trabalhar com um viés de desenvolvimento mais sustentável, a partir da implantação do Plano de Ação Governamental a ser construído.
Diálogos – Nos dias 16 e 17 deste mês, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participará de uma oficina em que será apresentado o documento “Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020”, elaborado por entidades da sociedade civil organizada. O relatório foi produzido por três instituições – União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Instituto de Pesquisa Ecológicas (IPE) e WWF-Brasil – além do MMA. Teve por base o Plano Estratégico da Convenção sob re Diversidade Biológica (CDB) para o período 2011-2020, negociado na COP 10, em Nagóia, Japão.
A partir das conclusões apresentadas pelos dois documentos – “Causas e Consequências da Perda da Biodiversidade” e “Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020” – o MMA promoverá uma reunião envolvendo representantes de todos os ministérios e entidades vinculadas para reunir novas sugestões. Depois, consolidará as propostas que permitam ao Brasil atingir as 20 metas de Aichi. (Fonte: Luciene de Assis/ MMA)