Larissa Matarésio
Do G1 RO
A sede da Polícia Ambiental (PA) de Rondônia, em Candeias do Jamari, a 20 quilômetros de Porto Velho, recolhe animais silvestres mantidos em cativeiro ou vítimas de maus tratos para tratamento e avaliação para uma possível reintrodução na natureza. Entre o período de 2010 a 2011, 92 espécies diferentes de animais passaram pelo Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS).
Segundo o CRAS, existem três maneiras principais para os animais chegarem até a unidade de recuperação. O mais comum é o acionamento do batalhão para ir até residências buscar animais silvestres que invadiram o local. A segunda maneira é a entrega voluntária, seja por pessoas que encontram os animais em casa e levam até o centro ou por pessoas que criam e por algum motivo não querem mais.
O terceiro modo, e mais grave, é a apreensão feita pelo patrulhamento urbano e rural realizado pela PA. “Quando a entrega do animal é voluntária, não tomamos nenhuma medida judicial. Mas quando ela é realizada pela apreensão, o caso é mais grave”, conta o coronel Ronaldo Araújo, que comando o CRAS. Ele explica que é aberto um processo criminal e a penalidade é de seis meses a um ano.
Entre os anos de 2010 e 2011, o CRAS registrou a entrada de 536 animais de 92 espécies diferentes. Dos 536 animais, 286 foram reintroduzidos na natureza, 116 morreram por diversos motivos, como traumas, maus tratos e doenças, e 40 animais tiveram outros destinos, como zoológicos e parques de preservação ecológica. “Quando o animal não pode voltar para a natureza, entramos em contato com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e eles nos ajudam a encontram um lugar adequado para esses animais”, diz Ronaldo.
Em um primeiro momento, quando os animais chegam ao CRAS, eles passam por uma avaliação veterinária, são medicados e tratados. Depois de recuperados, passam por uma nova avaliação, agora aos cuidados de um biólogo que vai dizer que está apto ou não para ser reintroduzido na natureza.
O principal animal recolhido pela Polícia Ambiental são os pássaros, como papagaios, araras, curiós. Depois são os mamíferos, como tamanduás, bicho-preguiça, quati, pacas; e as cobras, principalmente jiboia e sucuri que entram nas residências em busca de comida e esconderijo. “As cobras se escondem em entulhos e lixos acumulados nas casas, por isso, é preciso tomar cuidado”, recomenda o coronel.
O tempo de recuperação desses animais é de em média 20 a 30 dias, mas depende muito das condições em que chegam os animais. Os casos mais graves, segundo o coronel, são das aves. “Elas são muito frágeis e geralmente chegam com as asas quebradas, o que dificulta muito o tratamento”, ressalta. (Fonte: G1)