Soja não é vetor relevante de desmate na Amazônia, diz indústria

Monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a indústria de soja e com o apoio de outras instituições, apontou que o cultivo da oleaginosa não é “vetor relevante” do desmatamento na floresta amazônica, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em nota divulgada nesta semana.

Resultados do quinto ano do monitoramento do plantio de soja no bioma apontou a presença do cultivo em 18,4 mil hectares desflorestados desde 2006.

Ao passo que, no período avaliado (2006-2011), foram desflorestados 4,51 milhões de hectares em todo o bioma da Amazônia, dos quais 3,47 milhões de hectares (77%) se encontram nos três estados monitorados -Mato Grosso, Pará e Rondônia.

“De acordo com o relatório, a área de soja corresponde a 0,41% de todo o desflorestamento, ou 0,53% do total aberto nos três estados produtores de soja”, disse a Abiove na nota.

Moratória – A Abiove e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) firmaram um acordo –após os levantamentos começarem a ser realizados – de não comprar soja oriunda de áreas desflorestadas no bioma amazônico, uma forma de pressionar os produtores.

As empresas participantes da chamada “Moratória da Soja” são auditadas anualmente sob a supervisão de organizações da sociedade civil para comprovarem que honraram o compromisso, lembrou a Abiove em nota.

O pacto, que vigora desde 24 de julho de 2006, impede que novas áreas de floresta sejam derrubadas para o plantio do grão e proíbe quaisquer negociações de grandes empresas brasileiras e estrangeiras com aqueles que descumprirem a norma.

Com os preços recordes da soja no mercado internacional, crescem os temores de que produtores possam eventualmente desmatar áreas para plantar soja. O Brasil deverá plantar uma área recorde de soja na temporada com semeadura a ser iniciada a partir deste mês.

Algumas consultorias falam em crescimento de área de 3 milhões de hectares na comparação com a safra anterior, com a soja ocupando terras onde antes era cultivado o milho (primeira safra), o algodão e pastagens.

Com esse plantio, estimado em cerca de 28 milhões de hectares no Brasil na safra 2012/13, a produção poderá atingir um recorde de mais de 80 milhões de toneladas.

E o Brasil poderá, se o tempo colaborar, produzir mais soja do que os Estados Unidos e superar os norte-americanos na produção da oleaginosa pela primeira vez, na temporada 2012/13, de acordo com dados do próprio Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). (Fonte: G1)