O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) começa uma nova etapa com a captação de recursos por meio de parcerias público-privadas para garantir sua viabilidade até 2050. O anúncio foi feito hoje no evento realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o WWF e o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio) na 11a Conferência das Partes da Biodiversidade, em Hyderabad, Índia. Lançado em 2002, o Arpa é o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo e tem como objetivo proteger 60 milhões de hectares da Amazônia brasileira.
“Devemos trabalhar para uma estratégia de gestão ambiciosa que combina gerenciamento de médio e longo prazo, bem como ter compromissos políticos e financeiros para a conservação da biodiversidade na Amazônia. Nesta perspectiva, a captação de recursos é um elemento chave”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, por meio de discurso lido pelo secretario executivo do ministério, Francisco Gaetani.
Segundo a ministra, o Arpa começou como resultado de circunstâncias políticas específicas e foi baseado em um quadro institucional que não é mais compatível com os modelos mais contemporâneos de gestão ambiental pública. Para ela, esta nova fase é uma oportunidade para inovar a gestão da biodiversidade e a modernização da governança ambiental no bioma amazônico.
Visão estratégica – Na opinião da ministra, o primeiro desafio a ser enfrentado pelo Arpa é assegurar uma visão estratégica do território, que reconheça a ocupação histórica e suas características econômicas, sociais, ambientais e políticas. Identificar a conservação da biodiversidade como um dos alicerces para o desenvolvimento regional da Amazônia brasileira, e esclarecer as possíveis vantagens e benefícios de ativos ambientais na Amazônia, quando comparada com a realidade e as perspectivas de outros biomas brasileiros, foi outro desafio apontado por Izabella, que voltou a ressaltar a importância do Brasil implementar as áreas de conservação já criadas.
Já a coordenadora do Funbio, Rosa Lemos, destacou que o Arpa tem sido essencial para que o Brasil consiga cumprir os compromissos internacionais em torno do clima e da biodiversidade, uma vez que ele proporciona a redução significativa do desmatamento na Amazônia e a redução de emissão de CO2.
O secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Braulio Dias, afirmou que o Arpa é um dos maiores e melhores projetos de conservação do mundo. Atualmente, o programa proporciona a preservação de uma área maior do que a Alemanha, ou o equivalente ao Sistema Nacional de Parques dos Estados Unidos. Da meta de 60 milhões de hectares de preservação, 24 milhões de hectares de áreas protegidas já foram criadas. (Fonte: MMA)