Cientistas da Universidade do Havaí descobriram que a ação do veneno proveniente da queimadura da água-viva-caixa-australiana, que, segundo pesquisadores, é um dos animais mais letais do mundo, pode ser retardada com a administração de um composto com zinco.
Uma pesquisa sobre o novo tipo de tratamento foi publicada nesta terça-feira (12) no periódico científico “PLoS ONE”.
O veneno desses cnidários é capaz de matar rapidamente se entrarem na pele e atingirem o sistema sanguíneo. Em testes feitos com o sangue humano e com camundongos, foi possível verificar que o veneno, ao entrar em contato com poros da parede celular, faz com que as células vermelhas do sangue liberem uma grande quantidade de potássio, causando parada cardíaca e até morte.
Segundo Angel Yanagihara, principal autor do estudo, o grupo de pesquisa buscou entender como o veneno da água-viva-caixa podia agir de forma tão rápida. Ele afirma que os estudiosos descobriram hemolisinas, um tipo de exotoxina produzida por bactérias, presentes no veneno da água-viva.
Tais substâncias seriam responsáveis por uma “avalanche” de reações nas células. “Isso inclui uma liberação maciça, quase que instantânea, de potássio, que pode causar colapso cardiovascular agudo”, explicou o pesquisador em um comunicado.
Os autores então trataram as células atingidas com um composto de zinco chamado de gluconato de zinco, que conseguiu inibir o processo de liberação do potássio. Eles verificaram que o composto tornou lenta a formação de poros na parede das células sanguíneas e elevou o tempo de sobrevivência de camundongos testados.
A pesquisa sugere que a administração rápida do composto com zinco pode ser um potencial antídoto para salvar a vida de humanos vítimas de picadas das água-vivas. (Fonte: G1)