Cientistas da Universidade de Missouri Columbia, nos Estados Unidos, identificaram na região de Bornéu, na Indonésia, uma nova espécie de primata do gênero Nycticebus, conhecido como lóris lento e que tem uma mordida venenosa.
Durante um trabalho de identificação de primatas, os cientistas conseguiram diferenciar quatro espécies de lóris lento ao analisar a coloração da pele, principalmente em partes do corpo e do rosto – onde as diferentes cores funcionam como uma impressão digital do animal.
Com isso, foi possível colher detalhes de três espécies, até então pouco estudadas, e a confirmação da existência de um novo animal, batizado de Nycticebus kayan, também conhecido como lóris kayan. O trabalho foi divulgado no periódico “American Journal of Primatology”.
Venenosos, mas vulneráveis – Os lóris lentos são animais classificados como vulneráveis ou ameaçados de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e estão distribuídos pelo Sul da Ásia, como a região de Bangladesh, parte da China e na área de Bornéu.
Esses primatas são relacionados aos lêmures, devido às semelhanças na aparência. No entanto, a diferença entre eles é que os lóris detêm uma mordida tóxica, característica rara entre os mamíferos.
Uma toxina produzida por uma glândula existente em seu braço é ativada quando é misturada à saliva. O veneno, segundo os pesquisadores, inibe ataques de predadores – como seres humanos, águias e orangotangos.
Segundo um dos autores do estudo, a descoberta da nova espécie é um indício de que grande parte do território de Bornéu, que, apesar de ser protegido sofre com a ação humana, precisa ser ainda mais conservado, já que pode abrigar animais que não foram ainda descritos pela ciência. Os estudiosos alertam ainda para o intenso tráfico de lóris lentos que ocorre na Indonésia. (Fonte: Globo Natureza)