Cientistas usam imagens 3D para avaliar habitat de morsas no Ártico

Cientistas da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de câmeras para mapear a superfície congelada do Oceano Ártico, em um esforço para avaliar o tamanho do habitat natural das morsas na região.

As imagens foram capturadas durante uma expedição de dois meses, iniciada em outubro. Elas foram feitas pelo pesquisador Scott Sorensen, que viajou em um navio de pesquisa alemão, o Polarstern. Foram instaladas três câmeras na embarcação para fazer os vídeos, que agora estão sendo reconstruídos em 3D para medir a topografia dos blocos de gelo no oceano, de acordo com o site da universidade.

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (14). Imagens do gelo são difíceis de serem reconstruídas em três dimensões, porque são brancas e não possuem textura visual. Fotos de satélite poderiam ser úteis mas dão uma resolução de três metros por pixel, o que é ruim, na avaliação do pesquisador.

Já o sistema instalado pela universidade oferece uma precisão de 10 a 20 centímetros e permite uma melhor reconstrução da superfície de gelo, segundo o professor Chandra Kambhamettu, um dos idealizadores da pesquisa.

“O sistema utilizado no navio de expedição foi uma boa forma de obter imagens em 3D”, disse o docente, que leciona na Universidade de Delaware.

Para os pesquisadores, o trabalho pode criar uma base de dados para calcular o tamanho do habitat das morsas e dar outras informações que poderão no futuro ser usadas por cientistas e engenheiros.

Blocos de gelo – Sorensen explica que os blocos de gelo precisam ter uma medida equilibrada para que sirvam como habitat para as morsas. Se forem muito grandes, há risco de aparecerem predadores, como os ursos polares. Se forem pequenos, não aguentam o peso dos animais.

“Sem uma medida certa sobre os blocos de gelo e a espessura do gelo do mar, entre outras coisas, não podemos chamar uma certa região de habitat”, disse o cientista. As morsas usam estes blocos no oceano para se reproduzir, para descansar e até com propósitos migratórios, afirma o estudo. (Fonte: Globo Natureza)