Após passar por cirurgia, leão Juba se recupera e já se alimenta sozinho

Após passar por um tratamento dentário, seguido de uma bateria de exames, o leão Juba, de 18 anos, que vive em Jundiaí (SP), voltou a se alimentar sozinho neste domingo (23), de acordo com a Associação Mata Ciliar, ONG que adotou o felino.

Os procedimentos realizados na última semana reuniram pelo menos 15 profissionais, entre veterinários e técnicos, e duraram cerca de três horas.

O animal, que sofreu maus-tratos na maior parte da vida, tinha problemas dentários e, por isso, não conseguia se alimentar. Após ser submetido a uma extração em outubro, agora ele fez um tratamento de canal. Exames de raios X também constataram que o leão sofre de artrose, o que impedia o movimento completo de uma de suas patas.

De acordo com Cristina Harumi Adania, médica veterinária e coordenadora de fauna da ONG, Juba fez sua primeira refeição na tarde de domingo (23).

“Estávamos na expectativa porque, desde o procedimento, esta é a primeira refeição que ele aceita. Além disso, [o felino] estava bastante irritado com a presença de qualquer pessoa”, explicou.

Cristina disse ainda que o animal está mancando menos após receber tratamento para a artrose.
“Daqui para frente, ele deverá se exercitar para que o processo da doença possa retroceder. Alguns voluntários já estão se preparando por meio de um curso de bem-estar animal, aprendendo técnicas para que Juba se movimente. Afinal, com 18 anos de idade, ele não pode ficar na ociosidade”, complementa a veterinária.

O leão, de origem africana, chegou em junho à Associação Mata Ciliar, uma área verde cravada na Serra do Japi. Na época, Juba demonstrava perda de reflexos e comportamentos típicos da espécie, como a autolimpeza, o rugido e a imponência diante dos humanos. Após seis meses de reabilitação, a “fera” recuperou parte de seu instinto selvagem – assustando os poucos corajosos que se aproximam dele.

Para a realização do procedimento cirúrgico, foi necessário lançar dardos tranquilizantes, que paralisaram partes do corpo do animal, o que permitiu sua transferência para o centro cirúrgico montado na sede da ONG. Depois, o felino recebeu sedação intravenosa, o que paralisou todos os seus movimentos e permitiu a colocação de um tubo para que ele recebesse oxigênio. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)