O site Planet Hunters (Caçadores de planetas, em tradução livre), que faz parte do projeto Zooniverse da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou nesta segunda-feira (7) a descoberta de 15 novos candidatos a planetas que estão em zonas habitáveis de estrelas.
Se todos eles forem confirmados como planetas, o estudo aponta para um “engarrafamento” de astros nas poucas regiões que dão suporte a vida no Universo. O relatório da pesquisa foi enviado para o Astrophysical Journal, um periódico de astronomia respeitado entre os cientistas.
Zona habitável é quando um planeta fica a uma distância de uma estrela – parecida com o nosso Sol em massa e irradiação de calor – que não o deixa nem muito quente nem muito frio, condição para a existência de água em estado líquido na superfície, de atmosfera e, possivelmente, de alguma forma de vida.
Um objeto deste grupo, mapeado com a ajuda de 40 voluntários do site, já foi confirmado como um planeta após observações com o telescópio Keck, no Havaí (com 99,9% de certeza, ressalta o comunicado de Oxford). Mas o detalhe mais surpreendente é que o PH2 b, como foi batizado, tem o tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, com massa 318 vezes superior a do nosso planeta.
“Nós podemos especular que PH2 b pode ter uma lua rochosa que seria adequada para a [formação de] vida”, diz Ji Wang, da Universidade Yale, que lidera a pesquisa. “Mal posso esperar pelo dia em que astrônomos detectarem sinais de vida em outros mundos, e não só localizar ambientes potencialmente habitáveis. Isso pode acontecer a qualquer momento.”
Já Chriss Lintott, chefe do projeto Zooniverse, destaca que as descobertas revelam uma visão de mundo bastante diferente do que estamos acostumados. “Há uma obsessão em encontrar planetas semelhantes à Terra, mas o que descobrimos com planetas como o PH2 b é muito estranho”, diz.
“Júpiter tem muitas luas grandes e cheias de água – agora, imagine arrastá-las para uma região mais quente, como a do nosso planeta. Se as luas fossem do tamanho da Terra, nós não veríamos a Europa, mas, sim, um mundo submerso nas águas de rios e lagos, um cenário surpreendente que pode ser muito comum [nesses planetas].”
Voluntários – Mais de 40 voluntários foram creditados na pesquisa por suas contribuições no mapeamento dos 15 planetas. Eles conseguiram encontrar os objetos enquanto eles passavam em frente, alterando o brilho, das estrelas.
“É difícil colocar em palavras o prazer, a admiração e até mesmo o orgulho que tenho de, alguma maneira, ter ajudado na descoberta”, diz Roy Jackson, policial aposentado de 71 anos. “Mas gostaria de dizer que essa descoberta faz com que o tempo gasto com a procura [pelo planeta] valeu o esforço.” (Fonte: UOL)