Os recifes de coral do Caribe estão produzindo menos da metade do ingrediente chave que forma seu esqueleto em comparação com a época pré-industrial, afirmaram cientistas esta terça-feira, descrevendo as descobertas como “extremamente alarmantes”. A quantidade de novo carbonato de cálcio adicionado por recifes de coral é pelo menos a metade e, em alguns casos, 70% menor do que era milhares de anos atrás.
Há muito tempo, biólogos fizeram soar o alarme sobre os corais construtores de recifes, dos quais dependem quase meio bilhão de pessoas para viver, seja da pesca ou do turismo.
Pesquisas anteriores haviam estimado que a cobertura coralina está decaindo na proporção de 2% ao ano em regiões do Oceano Índico e do Pacífico. No Caribe, a cobertura encolheu cerca de 80%, em média, desde meados dos anos 1970.
Uma atualização, em junho de 2012, da “lista vermelha” compilada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), demonstrou que 33% dos corais construtores de recifes estão em risco de extinção.
A destruição do habitat, a poluição e, mais recentemente, o aquecimento global são os fatores responsáveis por este declínio. Mas dados que comparem as tendências atuais com o passado pré-industrial estão incompletos.
O carbonato de cálcio é secretado por pólipos, minúsculos animais que vivem simbioticamente com o coral. Pacientemente acumulada, a substância fornece a estrutura que habilita o coral a crescer verticalmente.
Uma equipe multinacional conduzida pela Universidade de Exeter, no sudoeste da Inglaterra, mediu corais antigos em 19 locais de Bahamas, Belize, Grand Cayman – a maior ilha do arquipélago Cayman – e Bonaire, ilha das Antilhas Holandesas.
Seu estudo, publicado na revista Nature Communications, demonstrou que em águas rasas com cerca de cinco metros de profundidade, as taxas de crescimento de corais hoje estavam entre 60% e 70% mais baixos em comparação com as médias regionais do passado distante.
A queda foi menor, cerca de 25%, em águas mais profundas, com cerca de 10 metros.
Segundo o estudo, muitos corais perderam a capacidade de produzir carbonato o suficiente para crescer verticalmente. Alguns já estão abaixo do limite mínimo em que o carbonato é produzido em quantidade suficiente para manter a estrutura esquelética do coral e, portanto, correm risco de erosão.
As estimativas “são extremamente alarmantes”, afirmou Chris Petty, professor da Universidade de Exeter. “Nossas descobertas demonstram claramente que os declínios ecológicos recentes estão suprimindo o crescimento potencial de corais na região e que isto terá implicações maiores em sua capacidade de responder positivamente a futuras elevações do nível do mar”, emendou. (Fonte: Portal Terra)