Mais de 60 pinguins e lobo-marinho retornam ao mar no litoral de SP

Uma operação especial devolveu ao mar 62 pinguins-de-magalhães e um lobo-marinho no litoral norte de São Paulo.

Organizada em parceria pelo Instituto Argonatuta, Aquário de Ubatuba e Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos (Creta), a missão contou com o apoio da Marinha e do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O objetivo é dar a esses animais uma chance de voltar ao seu habitat de origem, nas Ilhas Malvinas e na Patagônia. Eles se perderam durante suas rotas de migração, que podem levar até quatro anos, e que incluem a costa brasileira há milhares de anos.

Muitos acabam morrendo nessa busca por alimento. Em julho do ano passado, mais de 500 pinguins encalharam e foram encontrados mortos no litoral do Rio Grande do Sul.

Mas o grupo que voltou ao mar teve mais sorte e foi recolhido com vida em Ubatuba ao longo de 2012. Após meses de tratamento, eles tentarão pegar uma ‘carona’ em uma corrente marítima que os levará ao sul do continente, segundo o diretor do Creta, o oceanógrafo Hugo Gallo.

Dez marinheiros e o biólogo Danilo Camba integraram a missão que levou os animais a mais de 60 quilômetros da costa, partindo do porto de São Sebastião.

Planejamento – Hugo Gallo diz à BBC Brasil que um pinguim da espécie pode viver até três décadas e que seu período normal de migração pode durar até quatro anos. O passeio no mar é feito por adultos e filhotes, mas são os mais novos que costumam ficar para trás.

Conhecidos como pinguins-de-magalhães, eles vivem no sul do continente e têm o litoral brasileiro em sua rota habitual de migração há milhares de anos, mas nem todos encontram o caminho de volta.

O litoral norte de São Paulo é uma das regiões que mais recebem animais marinhos que se perdem no mar. São focas, lobos, leões e elefantes-marinhos e até baleias, mas a grande maioria é de pinguins.

Quando encontrados nas praias, os animais são encaminhados para centros de reabilitação como os de Ubatuba. Muitos chegam muito jovens, e passam meses em tratamento até estarem aptos a serem soltos ou encaminhados para zoológicos, aquários ou pinguinários.

“A escolha da data e do ponto de soltura destes animais foi planejada de acordo com as condições de ventos e correntes marítimas que possibilitarão o retorno às colônias de reprodução”, acrescenta Gallo. (Fonte: G1)