Mais uma rodada de conversas para o fechamento do acordo do clima, em 2015, teve fim nesta sexta-feira (3) em Bonn, na Alemanha. Durante uma semana, cerca de 170 países participaram de workshops e discussões. Estados Unidos e China foram, novamente, centro das queixas. “Mas não vamos resolver tudo só com EUA e China, embora também seja impossível resolver sem eles”, afirmou Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Figueres disse ainda que “nenhum governo está fazendo o suficiente” e que todos precisam “rever seus níveis de ambição”. Segundo ela, é necessário mais esforço porque “quanto mais as soluções demorarem, mais elas vão ficar caras”.
O Brasil foi representado no encontro pelo embaixador André Aranha Corrêa do Lago, chefe do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty. Ele apresentou aos membros signatários da UNFCCC que a União tem investido pesado no combate ao desmatamento na Amazônia.
“Conseguimos reduzir o desmatamento em 83% de 2005 até 2012, o que significa que as nossas emissões de CO2 também caíram. Não podemos, no entanto, nos descuidar”, disse.
Corrêa do Lago acredita que essa fase de “diálogo” entre os diplomatas é essencial para o próximo passo: as negociações. Elas devem começar em novembro, na Conferência do Clima, em Varsóvia. Antes será realizada outra temporada de reuniões preparatórias também em Bonn, só que um pouco mais longa, de 3 a 14 de junho.
Resultados práticos – Num relatório de conclusão dos trabalhos deste início de maio, a UNFCCC comunicou que os mais de mil participantes inscritos descobriram e definiram formas de despoluir o meio ambiente e, principalmente, viabilizar alternativas sustentáveis de produção de energia. Na pauta também esteve o manejo correto da terra.
Os embaixadores e representantes de organizações internacionais se comprometeram a seguir com o processo de mudança de conduta de forma transparente. O documento ressalta a urgência de envolver a sociedade civil no problema.
“Eu acho que estamos progredindo, estamos ficando mais focados”, declarou Figueres. “Em junho temos que passar para um outro nível de argumento”, que já seria o início de elaboração de parcerias e desenvolvimento de políticas públicas.
O Brasil estará nessa outra fase, sem perder de vista a Conferência do Clima de 2014, com previsão para ser realizada na América Latina, mas ainda sem local exato. O acordo que os países estão buscando até 2015 vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2020. (Fonte: Terra)