Um conjunto de ilhas na Noruega está buscando homens interessados em monitorar o aparecimento de ursos polares e afugentá-los aos gritos.
Segundo os requerimentos da vaga, o candidato ideal precisa ter voz grave e poderosa.
A oferta de trabalho foi anunciada pelo governador do arquipélago de Svalbard, no Ártico norueguês. Segundo ele, quem for contratado precisará estar atento a qualquer sinal de um urso polar. O objetivo é proteger os cientistas que desenvolvem pesquisas na região.
Ao contrário de outras partes do mundo, as ilhas norueguesas vêm registrando um aumento do número de ursos polares. Estima-se que a região abrigue 3 mil ursos e apenas 2,4 mil habitantes.
Dentro dos povoados, é raro alguém se deparar com o animal, mas a possibilidade aumenta em locais com menor presença humana.
De acordo com o Instituto Polar Norueguês, os ursos polares, que pesam entre 400 e 600 quilos e alcançam velocidades de até 30 km/h, podem tornar-se perigosos.
Fome – Em geral, os ursos polares não veem os humanos como alimento, embora sejam naturalmente curiosos e revirem tudo que esteja ao seu alcance em busca de comida.
Mesmo assim, os noruegueses reforçam o alerta. “Um urso verdadeiramente faminto comerá o que for”, dizem as placas destinadas aos visitantes do arquipélago de Svalbard.
Por essa razão, não causa surpresa que os cientistas que trabalham concentrados e em silêncio necessitem de alguém para monitorar a presença desses grandes animais.
Os ursos polares são protegidos por lei na Noruega e só se admite feri-los em legítima defesa.
“Se um urso polar agressivo atacá-lo e não se assustar ao ouvir disparos de advertência, dispare para matá-lo. Este é o último recurso. Aponte no peito”, recomendam os folhetos de instruções do Instituto Polar Norueguês.
Defesa – Não é necessário que o candidato ao posto saiba manejar armas, embora o anúncio deixe claro que este conhecimento seja desejável. Mas é a “voz poderosa” que representa um diferencial, capaz de espantar os ursos polares.
Outros métodos são igualmente eficazes, destaca Guri Tveito, diretor do Departamento de Proteção Ambiental de Svalbard, citando a possibilidade de fazer barulho com “paneladas”.
Quem for escolhido para o emprego trabalhará durante três semanas a partir do dia 8 de julho, em pleno verão ártico, podendo desfrutar de temperaturas máximas de 6ºC. (Fonte: G1)