A Rússia bloqueou um plano de criar a maior área de reserva ambiental nos mares próximos e fora da costa da Antártica, informou na terça-feira (16) o jornal britânico “Guardian”.
A delegação russa na Comissão pela Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártica (CCAMLR, na sigla em inglês) questionou a capacidade legal da entidade em propor a criação de duas grandes áreas marinhas protegidas próximas e fora do litoral da Antártica, diz o jornal.
Os 25 países-membros da CCAMLR estavam reunidos na Alemanha quando a proposta foi bloqueada pela manobra da Rússia, aponta “Guardian”. Se o plano fosse adotado, a área protegida dos oceanos mais do que duplicaria. Representantes da comissão e organizações ambientais criticaram a postura da delegação russa.
“É uma objeção muito estranha, porque a CCAMLR claramente tem a autoridade legal para estabelecer áreas de reserva ambiental”, disse Steve Campbell, diretor de campanhas da organização Aliança pelo Oceano Antártico, em entrevista ao jornal.
Anteriormente, a Rússia havia concordado com medidas que estabeleceram que a comissão poderia designar reservas deste tipo, apontou Campbell.
A comissão requer acordo unânime entre seus membros para a criação de reservas. Uma das propostas defendidas pelos Estados Unidos e pela Nova Zelândia cobria 1,6 milhão de km² do Mar de Ross, ao sul do território neozelandês.
O outro plano, defendido pela União Europeia e pela Austrália, propunha que 1,9 milhão de km² de áreas nos arredores e fora da costa da Antártica fossem protegidas. “Todos os países-membros, exceto a Rússia, vieram a este encontro negociar de boa fé”, afirmou Campbell.
“As ações da delegação russa puseram a cooperação internacional e a boa vontade em risco, os dois fatores necessários para a conservação marinha global”, disse Andrea Kavanagh, representante da campanha pelos santuários nos mares do sul pela organização Pew Environment. (Fonte: G1)