Marca indiana que usa lixo como matéria prima é processada por Gap

Uma empresa de reciclagem indiana que utiliza lixo para criar acessórios está enfrentando uma batalha legal contra a gigante americana da moda, Gap Inc, que exige que a pequena marca troque seu nome.

A companhia Green the Gap, que gerencia três lojas no país, vende acessórios e itens de decoração feitos de materiais reciclados, como latas de cerveja, tiras de borracha e caixas de frutas.

O fundador e dono da empresa, Vimlendu Jha, que também vende roupas para outras marcas, acusou a Gap em uma entrevista na sexta-feira passada (26) de estar tentando intimidar essa pequena empresa indiana.

Em março, os donos foram surpreendidos com uma notificação legal em que a Gap solicitava que mudassem o nome da empresa e removessem qualquer referência à companhia de suas etiquetas em um prazo de 14 dias. “A Gap diz que nossa empresa está infringindo sua marca e que nós estamos aproveitando sua reputação para criar confusão na mente dos compradores”, disse Jha à AFP.

“Estamos chocados e furiosos que uma companhia desse tamanho, estatura, e suposta respeitabilidade, está se sentindo ameaçada por nosso pequeno negócio.”

Jha acrescentou que Green the Gap é um nome com referência ambiental. “Queríamos perguntar para as pessoas: é possível consumir menos, e nós podemos consumir de forma verde? Nós reciclamos lixo, o que significa que adicionamos valor ao lixo criando um produto novo e útil”, ele disse, acrescentando que a ideia de competir com a Gap nunca passou por sua cabeça.

“Para nós, ‘gap’ é a palavra na língua inglesa que significa vazio, ausência”, disse Jha. Ele afirmou que a empresa está tentando negociações verbais com a Gap para resolver a disputa.

Jha lançou a Green the Gap há cinco anos, como parte das atividades da Swechha, uma ONG indiana que criou para lutar pela sustentabilidade ambiental e pelo pagamento adequado para os trabalhadores.

A imprensa local afirma que a Gap tem planos de abrir novas lojas na Índia em algum momento do ano que vem, o que a faria uma das maiores marcas globais a ser lançada no país. (Fonte: G1)