As tribos de caçadores-coletores conviveram com agricultores sedentários durante mais de 2 mil anos durante a Idade da Pedra no centro da Europa, por muito mais tempo do que se estimava, revelou um estudo publicado nesta sexta-feira (11), na edição impressa da revista “Science”.
Após este período de coexistência, os caçadores desapareceram ou se converteram em sedentários, explicaram os antropólogos europeus e australianos encarregados da pesquisa.
O sedentarismo é um termo usado para definir a transição cultural da colonização nômade para a permanente e seu desenvolvimento aumentou a agregação populacional, além de proporcionar a formação de vilas, cidades e outras formas de comunidades.
Os cientistas analisaram o DNA e os isótopos de ossos encontrados em uma cova na região de Hagen, na Alemanha, que foram datados através do carbono 14.
Em geral, se acredita que “as tribos de caçadores-coletores da Europa desapareceram pouco depois da chegada dos agricultores”, disse Ruth Bollongino, do Instituto de Antropologia da Universidade de Mainz, na Alemanha, principal autora do trabalho.
Convivência – Mas a investigação científica revelou que os descendentes “dos primeiros europeus mantiveram de fato seu modo de vida de caça e coleta por ao menos mais 2 mil anos na Europa central”, explicou. Esta coexistência persistiu até cerca de 5 mil anos atrás, muito tempo depois do que se pensava.
“Até cerca de 7.500 anos atrás, todos os habitantes da Europa central eram caçadores-coletores”, disse Mark Thomas, professor de genética da Universidade College de Londres. “Eles descendiam da primeira onda de humanos que chegou à Europa, há 45 mil anos”.
Este estudo “demonstra que estes caçadores-coletores também sobreviveram à primeira onda de agricultores vinda do sul do continente europeu, há 7.500 anos”.
A partir deste período, há muito poucos rastros de caçadores-coletores nos arquivos arqueológicos, o que faz pensar que estes grupos decaíram rapidamente ou foram absorvidos pelas populações de agricultores, assinalaram os autores. (Fonte: G1)