Macacos da espécie ‘mico de cheiro’ apreendidos em Tamandaré, em Pernambuco, foram trazidos ao Amapá em julho de 2013 e desde então estão sem destino certo. Eles foram enviados ao estado por causa da superlotação provocada pela falta de predadores naturais, na reserva biológica em que estavam abrigados, o que provocou desequilíbrio ambiental.
Diferente do estado pernambucano, os micos de cheiro possuem, no Amapá, predadores naturais, como gaviões, onça e jaguatirica.
Atualmente os macacos estão no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, no bairro Brasil Novo, em Macapá, e aguardam a comparação de materiais genéticos para saberem se são espécies nativas do Amapá ou de outra região do país, para poderem ser soltos na natureza.
“Esses macacos foram capturados há mais de 25 anos em Pernambuco, e depois soltos em uma reserva chamada de ‘Saltinho’, no mesmo estado. Pelo fato de eles não terem inimigos naturais nessa reserva, houve uma superlotação dessa espécie e o Cetas do Amapá recebeu os macacos porque a princípio eles seriam nativos do estado”, afirmou a superintendente substituta do Ibama no Amapá, Márcia Bueno.
De acordo com Márcia, um estudo deixou em dúvida os pesquisadores do Cetas sobre a origem dos macacos, que pode ser Saimiri sciureus, popularmente chamados de ‘mico de cheiro’, de origem da bacia Amazônica ou Saimiri collinss, encontrado em Roraima e platô das Guianas.
“Quando os micos de cheiro chegaram aqui, recebemos a informação de que a espécie não seria a mesma da que ocorre no estado [Saimiri sciureus]. Então pedimos os exames deles, realizados em Pernambuco, para comparar com os macacos micos de cheiro do Amapá”, explicou a superintendente substituta do Ibama no Amapá, Márcia Bueno.
O Ibama do Amapá solicitou o material genético, mas não tem data definida para a chegada dele ao estado.
Se houver a confirmação de que a espécie de macaco seja nativa do Amapá, eles serão soltos no próprio estado. Caso contrário, o Ibama buscará reservas ecológicas de outros lugares do país para os macacos serem soltos. (Fonte: G1)