A contaminação do rio Matanza-Riachuelo, que margeia a cidade de Buenos Aires ao sul, está solucionada em 50%, informou o governo argentino, em resposta a um relatório de organizações ambientalistas que situou a bacia entre as 10 mais contaminadas do mundo.
“Estamos a 50% da solução do problema do Riachuelo. O informe (ambientalista) é uma notícia velha”, disse o responsável ambiental do governo, Juan José Mussi, em declarações à rádio Vorterix.
Mussi fez estas declarações ao comentar um informe conjunto da organização Blacksmith Institute, com sede em Nova York, e a Cruz Verde Suíça, divulgado na segunda-feira, afirmando que “das 15.000 indústrias (mencionadas), só 1.200 contaminam e estão em processo de modernização”.
Segundo os ambientalistas, na bacia de 60 km, umas 15 mil indústrias despejam resíduos no rio e as indústrias químicas são responsáveis por mais de um terço da contaminação.
De acordo com estudos citados no informe, os níveis de zinco, chumbo, cobre, níquel e cromo depositados nas margens do Matanza-Riachuelo superam o recomendado.
“Esta é uma análise feita há muito tempo e não levaram em conta a situação atual do Riachuelo, que não é a melhor, mas mudou muito”, acrescentou Mussi.
O Blacksmith Institute e a Cruz Verde Suíça publicaram a nova lista dos dez locais mais contaminados com base em 2.000 riscos estimados em sítios contaminados de 49 países.
“Como de costume, tiram fotos velhas, tapam coisas. Não tenho comparação com outros locais, mas sei o que temos feito no Riachuelo e a que altura estamos da solução”, disse o funcionário.
Mussi criticou que os ambientalistas “não tenham levado em conta as pessoas que evacuamos e que não temos mais pessoas morando na beira do Riachuelo em Avellaneda, Lomas de Zamora e La Matanza e logo vamos resolver (o problema) em Lanús”, todos distritos da periferia sul.
“As indústrias que contaminam são 1.200 e 441 delas estão modernizadas e o restante tem o Programa Industrial aprovado. Vimos de uma crise profunda e não podemos cortar 30 ou 40.000 postos de trabalho e deixar as pessoas na rua”, disse Mussi.
Segundo o informe ambientalista, 60% de 20.000 pessoas vivem em regiões consideradas inadequadas para os humanos, nas proximidades do rio. (Fonte: Terra)