Cerca de 500 mil metros cúbicos de madeira estavam sendo extraídos ilegalmente de terras indígenas entre os Estados do Maranhão e Pará e da Reserva Biológica do Gurupi, no município de Carutapera, região oeste do Maranhão. As madeiras eram extraídas após a criação de créditos ilegais do produto no Sisdof (Sistema de Controle Florestal) do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Segundo a PF, para transportar as toras de madeira, seriam necessários 14 mil caminhões.
Para combater o crime cibernético em sistemas de controle ambiental, PF está cumprindo 50 mandados judiciais – sendo 21 de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas nos três Estados. As ações contam com apoio do Ibama.
Segundo a PF, esta é a primeira vez que Naturais Renováveis) estão tentando desarticular um esquema criminosos de invasão cibernética em sistemas de controle florestal no Maranhão, Pará e Goiás. A operação Nuvem Negra está sendo realizada desde as primeiras horas desta sexta-feira e é a primeira da história de combate a este tipo de crime.
A Justiça expediu 50 mandados judiciais – sendo 21 de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas nos três Estados para serem cumpridos pela PF. Também foram bloqueadas contas bancárias e a suspensão da atividade econômica de todas as pessoas físicas e de 200 empresas envolvidas no esquema.
A polícia não divulgou quantas pessoas já foram presas.
A PF informou que entre os envolvidos estão madeireiros da região de Centro do Guilherme (500km de São Luís), Governador Nunes Freire (a 446km de São Luís) e Buriticupu (a 407km de São Luís), municípios que circundam terras indígenas, além da Reserva Biológica do Gurupi, onde ficam localizadas as terras dos índios Awá, no município de Carutapera, oeste do Estado do Maranhão.
Segundo a PF, o esquema burlava o Sisdof para obter créditos de madeira extraídos ilegalmente de terras indígenas e unidades de conservação entre os Estados do Maranhão e Pará, como a Reserva Biológica do Gurupi, que está com 1/3 desmatada, e de terras indígenas denominadas TI Awá, Caru, Alto Turiaçu e Alto Rio Guamá.
Os criminosos invadiam computadores de outras empresas e furtavam os créditos para empresas fantasmas ou irregulares tornando-os limpos para comercialização. A polícia e o Ibama retiraram os créditos obtidos ilegalmente pelas empresas e está exigindo certificação digital obrigatória para usuários internos e externos do sistema, além de limitou o fluxo de créditos contrários à lógica do mercado.
“Transações reais eram simuladas diante da vulnerabilidade de algumas empresas usuárias do sistema de controle de produtos florestais. A partir disso, as empresas fantasmas ou irregulares confeccionavam documentos florestais falsos, ‘esquentando’ madeira e carvão extraídos ilicitamente”, informou a PF. (Fonte: UOL)