Uma análise feita por pesquisadores em área na qual foram encontrados cadáveres de um clã de neandertais em 1908 sugere que eles praticavam o enterro de seus mortos, há 300 mil anos.
O assunto é destaque na mais recente edição do periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), divulgada nesta segunda-feira (16).
Os cadáveres – achados em região do Sul da França conhecida como La Chapelle-aux-Saints e em excelente estado de conservação – sempre renderam controvérsia, os cientistas não sabiam se eram evidências de um enterro intencional ou não: não havia sinais de ferramentas ou outras provas conclusivas de escavação intencional, mas a área não era uma cratera ou um local de hibernação de ursos, o que indicaria o “enterro” acidental.
As escavações posteriores mostram que junto aos cadáveres de duas crianças e um adulto havia os de renas e bisões, mas eles tinham menos rachaduras e sinais do tempo e de predação animal do que os animais, o que indica que os cadáveres teriam sido enterrados sem demora após as mortes, de forma intencional.
As escavações na área foram comandadas pelo pesquisador da Universidade de Nova York William Rendu e realizadas entre 1999 e 2012.
A descoberta dá força à tese que os neandertais lá encontrados teriam sido propositalmente enterrados, em um indício de cerimônia ancestral de sepultamento.
A descoberta, ressalta o Pnas, deve se tornar uma referência na forma como outras áreas com evidências de neandertais encontradas pela Europa são interpretadas pela ciência. (Fonte: UOL)