Uma fábrica que processa cerca de 600 tubarões-baleia por ano foi encontrada no sul da China, de acordo com o grupo ambientalista WildLifeRisk, que chamou o local de “o maior abatedouro de espécies em risco de extinção do mundo”.
O grupo, com base em Hong Kong, disse que descobriu a fábrica na cidade de Pu Qi, na província de Zhejiang, depois de uma investigação de quatro anos. Segundo a organização, os tubarões são mortos e processados principalmente para a produção de óleo de tubarão para suplementos de saúde.
Um vídeo feito pelo grupo mostra trabalhadores cortando as grandes barbatanas traseiras de tubarões-baleia e outras espécies de tubarão.
“Como essas criaturas inofensivas, esses gigantes gentis das profundezas, podem ser mortos em uma escala industrial não dá para acreditar”, afirmou a WildLifeRisk em uma declaração enviada à agência France Presse. “É ainda mais inacreditável que toda essa carnificina ocorra em nome de produtos não essenciais para a vida, como batons, cremes faciais, suplementos para a saúde e sopa de barbatana de tubarão.”
A fábrica também trabalha com outras espécies de tubarões, incluindo o tubarão-azul e o tubarão-elefante, e produz 200 toneladas de óleo de tubarão por ano. A informação foi dada pelo próprio dono da empresa, identificado apenas como Li, no vídeo. Ele também diz no vídeo que precisava “contrabandear” pele de tubarão-baleia para fora do país.
Em outra parte do vídeo, um homem identificado com o irmão de Li diz que as peles dos tubarões-baleia são exportadas para países europeus, como Itália e França, onde são usados por restaurantes chineses.
Tubarões-baleia medem até 12 metros, mas são inofensivos para humanos, alimentando-se somente de minúsculos animais marinhos. Eles estão na “lista vermelha” das espécies em perigo estabelecida pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Eles também estão listados na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies em Perigo de Extinção da ONU (CITES, na sigla em inglês), o que significa que os países têm de provar que qualquer exportação deriva de uma população gerida de forma sustentável. (Fonte: G1)