O Projeto Meros do Brasil atua em diversos locais do litoral brasileiro. Em Santa Catarina, uma das regiões estudadas é São Francisco do Sul, no Norte. O objetivo é unificar os desafios de pesquisa e conservação da espécie.
Conhecido como mero, o Epinephelus itajara é um peixe marinho da família Epinephelidae, composta também pelas garoupas, chernes e badejos. Segundo o biólogo marinho Leonardo Bueno, o peixe pode viver até 40 anos e alcança a maturidade sexual por volta dos oito anos.
Segundo informações passadas pelo projeto, o peixe pode chegar a dois metros de comprimento e 400 quilos de peso, mas corre o risco de desaparecer da costa brasileira. Os meros alimentam-se de crustáceos e peixes como raias e bagres e até jovens tartarugas. “Eles são muito dóceis e muito fáceis de serem capturados”, explica Leonardo.
Em geral, eles vivem solitários ou em grupos de três ou quatro animais. “Eles se juntam apenas na época reprodutiva, no verão. O máximo que já contamos foi de 50 peixes no mesmo local ao mesmo tempo”, explica o biólogo. Segundo ele, em Santa Catarina, eles são encontrados nas Ilhas de Tamboretes e em um recife artificial, em São Francisco do Sul, e na Ilha dos Lobos, em Barra do Sul.
Leonardo desenvolve sua tese de doutorado sobre a reprodução dos meros em Santa Catarina e no Paraná. “Além disso, fazemos marcações eletrônicas, em que conseguimos estudar o comportamento dos peixes, quanto tempo ficam em cada local e para onde vão em seguida”, explica.
A espécie é há mais de 20 anos protegida no Sul dos Estados Unidos. Em 2002, a captura da espécie foi proibida pela Portaria Ibama Número 121/2002 no Brasil. Através desse instrumento, o mero tornou-se a primeira espécie de peixe marinho a receber uma moratória específica que estabeleceu a proibição da captura, transporte e comercialização pelo período de cinco anos. Em 2007, a Portaria Número 42/2007 prorrogou por mais cinco anos a proibição da captura do mero. Já em 2012, foi prorrogada pela Instrução Normativa Interministerial Número 13/2012, por mais três anos.
O Projeto Meros do Brasil começou em 2002. Tendo em vista o cenário de declínio dos meros na costa brasileira, um grupo de pesquisadores em Santa Catarina criou a iniciativa com o objetivo de viabilizar recursos para a pesquisa e conservação de meros. O projeto desenvolve ações de pesquisa e conservação através do estudo da biologia pesqueira, genética, piscicultura marinha, educação ambiental e mergulho científico em sete estados litorâneos do país. O projeto é patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. (Fonte: G1)