Uma epidemia de ebola que afeta desde 9 de fevereiro passado o sul da Guiné deixou pelo menos 59 mortos de um total de 80 casos registrados, segundo balanço atualizado dos serviços de saúde.
“A epidemia de ebola, que afeta o sul da Guiné, principalmente as municipalidades de Gueckedu e Macenta, desde 9 de fevereiro, deixou pelo menos 59 mortos” afirmou neste sábado (22) à AFP Sakoba Keita, chefe de prevenção do ministério da Saúde e Higiene pública do país.
“Estamos sobrecarregados, lutamos contra esta epidemia com os meios que temos e com a ajuda dos nossos parceiros (OMS, MSF, Unicef) e, embora seja difícil, vamos conseguir” controlar a situação, acrescentou o funcionário em alusão à Organização Mundial da Saúde, ao Fundo das Nações Unidas para a Infância e a ONG Médicos sem Fronteiras.
Segundo a OMS, o vírus está entre os mais contagiosos e mortais entre os humanos.
A doença, que provoca febre hemorrágica, ganhou este nome de um rio no norte da República Democrática do Congo (RDC), onde foi detectado pela primeira vez em 1976, quando o país ainda se chamava Zaire. Desde então, o ebola matou pelo menos 1.200 pessoas de 1.850 casos registrados.
O vírus, da família Filoviridae (filovírus), tem cinco espécies (Zaire, Sudão, Costa do Marfim, Bundibudjo e Reston), e se transmite por contato direto com o sangue, os fluidos ou os tecidos dos indivíduos infectados.
Suspeita-se que os ritos funerários, durante os quais os familiares e os amigos mantêm contato direto com o corpo do falecido, desempenhem um papel importante na transmissão, mas sabe-se também que o vírus ebola pode ser transmitido através da manipulação de animais, vivos ou mortos, portadores do vírus.
Após um período de incubação que dura entre dois e 21 dias, a “febre hemorrágica do vírus ebola” se caracteriza frequentemente por uma brusca elevação da temperatura corporal, acompanhada de forte fraqueza, mialgias, cefaleias e dores de garganta.
Completam os sintomas vômitos, diarreias, erupções cutâneas, insuficiência renal e hepática, bem como hemorragias, tanto internas quanto externas. Os casos graves são encaminhados para unidades de tratamento intensivo e os doentes, desidratados, devem ser mantidos no soro.
Não existe qualquer tratamento ou vacina específica para a febre hemorrágica provocada pelo vírus ebola. Várias candidatas a vacinas estão em testes, mas ainda será preciso aguardar alguns anos antes de que uma vacina possa ser utilizada.
Em 2011, cientistas americanos anunciaram ter desenvolvido uma vacina com eficácia de imunização de 80% em cobaias. Segundo a OMS, paralelamente um novo medicamento promissor está sendo estudado em laboratório. (Fonte: G1)