Ainda em construção, a torre de observação do Museu da Amazônia (Musa) já revela imagens da natureza amazônica, disponíveis apenas em publicações científicas, segundo a direção do espaço. Recentemente, pesquisadores do local avistaram um lagarto saindo de uma árvore próximo à torre. O monumento, de 42 metros de altura, recebe os últimos retoques para ser aberto à visitação do público. A data de abertura ainda não está definida.
A torre recebe recursos do Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O espaço deve servir como plataforma de contemplação, mas também de estudos sobre o microclima, fauna e flora em diferentes níveis da floresta amazônica.
Segundo o Musa, o espaço tem sete pilares e três plataformas, o que deve permitir uma subida confortável e segura. A torre possui 242 degraus, construídos em aço especial, galvanizado, resistente à chuva, ao calor e à umidade natural da região. “O monumento foi construído para durar cerca de 100 anos, por isso, o material utilizado é resistente às condições climáticas severas da região”, destacou ao G1 O diretor do museu, Ennio Candotti.
O monumento fica a cerca de 500 metros da entrada do Jardim Botânico, na Zona Leste de Manaus. A torre deve garantir visão panorâmica acima da copa das árvores, já que a espécie mais alta no entorno do local tem 33 metros.
A data de abertura do local para a visitação pública ainda não está definida. “Estamos dando os últimos retoques de pintura. Temos que pintar a torre com tinta especial antiferrugem. Esse acabamento é trabalhoso por conta das nossas condições climáticas”, disse Candotti.
Lagarto – Entre as espécies fotografadas pelo Musa está um lagarto. Segundo o Guia de Lagartos da Reserva Ducke, a espécie é um Uracentron azureum azureum, da família Iguanidae, sub-família Tropidurinae. O exemplar foi flagrado saindo de uma cavidade em um angelim-pedra próximo à torre. Conforme o Inpa, a a espécie ocorre em grande parte da Amazônia, enquanto a subespécie é restrita ao Suriname, Guiana Francesa e à parte leste da Amazônia brasileira, estendendo-se a Oeste até Manaus.
O museu informou ainda que a cauda do lagarto é espinhosa e mais curta que o comprimento rosto-cloacal. Não possui crista dorsal. Tem coloração verde, com bandas pretas em forma de meia-lua, as quais parcialmente unem-se formando um padrão reticulado. Superfície ventral verde claro ou amarela. De acordo com o Museu, nenhuma outra espécie semelhante da Reserva tem uma cauda espinhosa e mais curta quer o comprimento rostro-cloacal.
Os dados sobre a espécie são escassos, segundo a instituição. Arborícola, provavelmente vive em cavidades de árvores e parece depositar dois ovos por postura. (Fonte: G1)