A Austrália anunciou nesta quinta-feira (12) estar confiante de que a Grande Barreira de Corais conseguirá evitar um rebaixamento como local do Patrimônio Mundial, depois que um novo informe demonstrou que os poluentes que contaminam a água foram significativamente reduzidos.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) tinha alertado que sem uma ação sobre a qualidade da água e com o desenvolvimento costeiro, o recife, que cobre uma área quase do tamanho do Japão, seria declarado “Patrimônio Mundial em Perigo”.
A Grande Barreira cobre uma área de 345 mil km², sendo o maior ecossistema de recifes de corais do mundo, segundo uma pesquisa do Instituto de Ciência Marinha da Austrália.
O ministro do Meio Ambiente do estado de Queensland, Andrew Powell, anunciou o avanço durante a divulgação de um relatório do governo sobre ações tomadas para melhorar a qualidade da água desde 2009.
“Eu não esperava que isso fosse acontecer”, disse a respeito de um possível rebaixamento da ONU. “O coral agora está no caminho de uma melhora de longo prazo”, acrescentou.
O informe, que Powell apresentará em uma reunião em Doha no final deste mês, mostra reduções em poluentes-chave, inclusive no escoamento de sedimentos e pesticidas, devido a práticas mais adequadas de gestão de terras.
“No que diz respeito à carga de pesticidas, nós a reduzimos em 28% em toda a área do recife”, afirmou Powell. “Em termos de nitrogênio, que é o que causa aqueles afloramentos de estrelas-do-mar coroa de espinhos, nós o reduzimos em 16% no total”, continuou, em alusão a uma espécie devoradora de corais.
É preciso melhorar mais – Embora a melhora na qualidade da água tenha sido alcançada, Powell admitiu que a saúde em geral do coral ainda precisa ser melhorada. “O panorama nesse informe ainda sugere que é pobre e consistente com o fato de que tivemos muitas décadas de desastres naturais, mas também de práticas agrícolas e escoamento superficial”, afirmou.
O relatório tratou apenas de questões relativas à qualidade da água, e não ao desenvolvimento portuário vinculado à mineração. Segundo os ambientalistas, isso pode acelerar a morte do coral.
Tem gerado uma preocupação particular a aprovação, em dezembro, pelo governo, da grande expansão de um porto de carvão na região, que permitiria o despejo de milhões de toneladas de dejetos nas águas do parque marinho.
O diretor-executivo do WWF Austrália, Dermot O’Gorman, criticou o relatório por não conseguir destacar o que é necessário para salvar o coral. (Fonte: G1)