O papa Francisco assegurou que o maior desafio da humanidade é a preservação do meio ambiente, acrescentando que prepara um encíclica em defesa da natureza, em uma entrevista publicada neste domingo na revista argentina Viva.
“Estamos destruindo a Criação… Matamos a natureza sem nos dar conta de que estamos ficando com um deserto, não com um jardim. Deus nos deu a maravilha da Criação não para explorá-la, mas sim para amá-la e levá-la a sua perfeição”, afirmou Francisco.
Na entrevista, realizada em razão de seus 500 dias no comando da Igreja Católica, o Pontífice adiantou que está escrevendo uma encíclica que pode levar o título “A ecologia da Humanidade”.
“Se Deus me ajudar, em pouco menos de um ano poderei publicar uma carta encíclica sobre a preservação da Criação e do meio ambiente, o maior desafio que temos”, antecipou Francisco.
Nesse sentido, pediu o “fim da cultura do descartável” e mostrou-se partidário da reciclagem de materiais, o que ajuda a cuidar do planeta, na entrevista para a Viva, publicação dominical do jornal Clarín.
O próprio nome Francisco, escolhido pelo primeiro Papa sul-americano, tem relações com a ecologia: São Francisco de Assis foi declarado Padroeiro da Ecologia pelo papa João Paulo II no dia 29 de novembro de 1979.
Durante o encontro, o pontífice ainda ensaiou uma espécie de lista dos dez mandamentos para ser feliz, que inclui: viver e deixar viver, brincar com as crianças, compartilhar o domingo com a família e ajudar os jovens a conseguir emprego.
“Temos que ser criativos com essa faixa (dos jovens). Se faltam oportunidades, caem nas drogas. E o índice de suicídios está muito alto entre os jovens sem trabalho”, destacou.
Cuidar da natureza, se esquecer rápido das coisas negativas, respeitar quem pensa diferente e buscar ativamente a paz também fazem parte da fórmula da felicidade de Francisco.
O Papa relatou no diálogo uma história emotiva sobre uma medalha do Sagrado Coração que carrega embaixo de sua batina, junto com a cruz.
“É de uma senhora que ajudava a minha mãe a lavar roupa”, revelou, contando que acompanhou a mulher até sua morte, depois de reencontrá-la aos 80 anos.
“Uns dias antes tirou essa medalha e disse ‘quero que a leve com você’, e todas as noites quando eu a guardo e a beijo, e todas as manhãs quando acordo e a coloco, vejo a imagem dessa mulher”, declarou o papa. (Fonte: Exame.com)