A Organização das Nações Unidas (ONU) vai criar uma missão especial para combater o ebola, deslocando efetivos para os países mais afetados pela epidemia do vírus – Libéria, Guiné e Serra Leoa – para promover uma “mobilização rápida e grande” de pessoas, materiais, e recursos financeiros.
Em uma carta direcionada ao Conselho de Segurança da entidade nesta quinta-feira (18), o secretário-geral Ban Ki-moon disse que irá indicar um enviado especial para chefiar a Missão de Emergência da ONU para o combate ao ebola (UNMEER, na sigla em inglês), cuja base ficará na região.
“As prioridades estratégicas da missão serão conter a escalada da doença, tratar os infectados, providenciar serviços essenciais, preservar a estabilidade e prevenir que o vírus se espalhe para países que não foram afetados”, disse Ban na carta de seis páginas obtida pela Reuters.
O Conselho de Segurança composto por 15 membros deve adotar uma resolução ainda na quinta-feira para declarar a epidemia de ebola, que é transmitido pelo contato com fluídos corporais de pessoas infectadas, uma “ameaça à paz e à segurança”.
A ação da ONU acontece depois de os Estados Unidos revelarem planos de envio de 3 mil militares e construção de 17 centros de tratamento. A França também anunciou seus planos de instalar um hospital militar, enquanto Cuba, China, Grã-Bretanha e outros países se comprometeram a enviar trabalhadores médicos, centros de saúde e outras formas de apoio.
Pelo menos 2.622 pessoas já morreram na pior epidemia do vírus ebola desde que a doença foi descoberta em 1976, infectando pelo menos 5.357 pessoas na África Ocidental, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quinta.
Ban afirmou que a missão da ONU seria focada em algumas ações críticas: identificar e localizar pessoas infectadas com o ebola, cuidar dos infectados e controlar as infecções, garantir enterros seguros e dignos e cuidados médicos para os trabalhadores, segurança alimentar e nutricional e acesso a serviços básicos de saúde.
A missão também concentrará seus esforços em destinar incentivos financeiros para os funcionários de saúde, recuperação e proteção econômica, garantir o fornecimento de materiais e equipamentos, transportes e combustível, mobilização social e comunicação.
“É minha intenção que a missão exista enquanto seja necessário combater a crise”, disse Ban. “Quando a doença do vírus ebola não representar uma grave ameaça às pessoas dos países afetados, a missão terá atingido seu objetivo e será desmontada”. (Fonte: G1)