Representantes dos nove países de língua portuguesa finalizaram em Campina Grande, Paraíba, o I Encontro de Intercâmbio Técnico dos Países de Língua Portuguesa no âmbito da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), na tarde desta quinta-feira (27). Eles se reuniram durante 12 dias para debater estratégias de combate à desertificação e à semi-aridez.
As discussões, realizadas durante o Seminário Internacional de Convivência com a Aridez e em várias oficinas e visitas de campo, promoveram a construção de uma plataforma entre os países de língua portuguesa na UNCCD.
Este documento será apresentado na reunião do Comitê de Revisão da Implementação da Convenção (CRIC) para ser aprovado na Conferência das Partes da Convenção de Combate à Desertificação (COP-12), que acontecerá na Turquia em 2015.
Unindo forças – Houve, ainda, a definição das diretrizes para uma ação de cooperação técnica entre os países em quatro eixos: produção dos serviços, produtos e mercados das zonas secas; ações de conservação e recuperação dos solos e da água; ações de gestão florestal das zonas secas; e apoio à implantação dos planos de ação nacionais.
De acordo com o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, “estabelecemos um conjunto de medidas, definidas pela COP-11, realizada na Namíbia, África, em 2013, para fortalecer as ações de formação, implementação e difusão de práticas de combate à desertificação, ocasião em que o Brasil mostrou sua experiência nesse sentido”.
O Encontro, iniciado dia 16 de novembro, em Fortaleza, Ceará, permitiu conhecer a estrutura de ensino e metodologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), criada para fortalecer a lusofonia e a relação Sul-Sul.
Divulgou-se, também, as boas práticas de convivência sustentável com a semi-aridez capazes de promover a segurança hídrica, alimentar e energética, conservando a biodiversidade e combatendo a desertificação.
Gestão de água – Os participantes deste intercâmbio realizaram visitas técnicas e conheceram as experiências de manejo florestal sustentável comunitário desenvolvidas na caatinga e as tecnologias de baixo custo e fácil implementação para conservação de solos e água sem implantação de reservatórios.
As comunidades visitadas mostraram como estão trabalhando com sistemas agroflorestais de produção, com tecnologias de estocagem e gestão de água e como fazem o beneficiamento de produtos florestais não madeireiros e eficiência energética.
Foram abordados os aspectos da cooperação técnica, o papel da sociedade civil e o conhecimento sobre as práticas de manejo da biodiversidade. Uma oficina de trabalho foi realizada para definir as diretrizes de trabalho voltadas a uma ação de cooperação técnica.
O Encontro foi promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e contou com o apoio da Unilab, Universidade Federal do Ceará (UFCA), de instituições da sociedade civil, do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). (Fonte: MMA)