A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) disse nesta terça-feira (24) que o funcionamento completo do Grande Colisor de Hádrons (LHC, sigla em inglês) será adiado devido a um curto-circuito intermitente, que foi identificado e será consertado em breve.
“É uma espécie de pó metálico que está localizado em algum lugar em um imã entre os setores três e quatro (do acelerador) e que provoca a aparição de um curto-circuito em certos momentos”, explicou à Agência Efe um porta-voz da organização.
O atraso para colocar o acelerador de partículas em funcionamento integral e com o nível de energia previsto pode levar de alguns dias até algumas semanas, dependendo da opção escolhida pelos engenheiros para resolver o problema.
O LHC conta com oito setores e, até agora, sete deles foram colocados em funcionamento, como parte de um processo gradual.
Os sete setores em questão ficaram prontos para alcançar este ano uma energia de 6,5 TeV (teraelétrons-volt) para cada feixe de prótons que circule em direções contrárias dentro do acelerador, o que produzirá colisões com uma energia total de 13 TeV.
Os responsáveis garantiram que o tipo de problema encontrado “é bem conhecido” e seu impacto será “mínimo” na operação do LHC, que ficou parado por dois anos, durante os quais foi submetido a uma minuciosa revisão técnica.
O acelerador de partículas, localizado em um túnel escavado com uma profundidade de 80 a 100 metros sob as instalações do CERN, na fronteira entre França e Suíça, foi aberto a cada 20 metros para melhorar todas as conexões entre os ímãs e garantir seu máximo rendimento.
Nesta nova etapa de operações, o acelerador melhorado poderá utilizar toda sua capacidade em favor da física no período entre 2016 e 2018, durante o qual pretende trazer novas conclusões sobre a composição da matéria escura.
Entre as soluções mais prováveis avaliadas para resolver o curto-circuito intermitente está voltar a aquecer o setor afetado, que assim como o restante do LHC se encontra a 270 graus abaixo de zero.
Nesse caso, após os reparos, será necessário voltar a alcançar essa temperatura extrema – mais baixa que a do espaço sideral – para que a máquina funcione novamente de forma normal, o que no total poderia levar até cinco semanas.
O porta-voz relatou que amanhã será realizada uma “radiografia” do imã onde foi localizada a anomalia para determinar seu ponto preciso e tomar uma decisão sobre qual será a maneira de se solucionar o problema. (Fonte: UOL)