Pelo terceiro ano consecutivo Macapá aparece no topo da lista das cidades com maior desperdício de água do país. Os dados fazem parte do levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil e foram divulgados na quarta-feira (25). Segundo o estudo, os macapaenses desperdiçam 73,56% da água tratada distribuída pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), operadora do serviço. O órgão contesta o resultado apresentado pelo instituto e diz que a perda é menor, mesmo sem apresentar um indicador comparativo.
Os dados de Macapá são maiores que o registrado no estudo do ano anterior, quando o percentual de desperdício chegou a 69,44%.
O diretor de planejamento da Caesa Carlos Filho diz que atualmente a companhia não tem medidores para calcular qual seria o indicador da perda de água em Macapá, mas ressalta que o dado apresentado pelo levantamento é fora da realidade para autarquia.
“Não temos como identificar um percentual de perda física porque não existe macromedidores, equipamentos que ficam na saída da distribuição de água dos reservatórios de água. Esse percentual acima de 70% não é real porque se isso fosse verdade não existiria distribuição de água em Macapá”, comentou Carlos Filho.
Além do desperdício físico, o Instituto Trata Brasil calculou a perda financeira pelas companhias que operam o serviço no país. Os números mostram que a Caesa, no Amapá, tem perda de 73,91% no faturamento. Ou seja, o indicador mede em termos percentuais o quanto da água produzida pelo sistema de abastecimento não foi faturada.
A Caesa confirma o percentual alegando que o resultado elevado é consequência do excedente de consumidores cadastrados na companhia em comparação às ligações clandestinas no sistema de distribuição de água tratada.
A pesquisa apontou que 38,82% da população de Macapá é atendida com água tratada em casa. A capital tem atualmente uma população de 437 mil habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números elevados de perdas e de faturamento poderão levar a Caesa a realizar um novo cadastramento de consumidores em Macapá. A companhia diz ter pouco mais de 30 mil consumidores cadastrados, mas frisa que o número pode chegar a 50 mil com a soma das ligações clandestinas.
“Com esse recadastramento podemos diminuir esse índice em cerca de 20%. Só assim podemos detectar quem está ou não no sistema de cobrança da companhia”, disse Carlos Filho. (Fonte: G1)