‘Dá no pé, Louro’ solta papagaios que viveram 30 anos em cativeiro no Piauí

Um total de 27 papagaios da espécie Amazona aestiva, que viveram cerca de 30 anos em cativeiros domésticos, retornaram ao habitat natural nesta sexta-feira (10). A soltura dos animais aconteceu no município de Caxingó, Norte do Piauí, em uma ação da Superintendência do Instituto Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por meio do projeto “Dá no pé, Louro”.

Segundo o analista ambiental Fabiano Pessoa, alguns animais foram recapturados em operações de fiscalização e outros foram entregues ao instituto de forma voluntária.

De forma tímida, os papagaios se familiarizaram com o novo habitat logo que as portas dos viveiros foram abertas. Antes disso, os pássaros passaram por um processo de adaptação que durou um ano e seis meses.

“Antes de serem liberados, os papagaios passaram por vários processos. A primeira etapa aconteceu com a identificação deles. Em seguida, os animais foram submetidos a exames de detecção de vírus e bactérias e somente depois disso eles passaram a comer alimentos encontrados na selva. Isso permitiu que se adaptassem ao novo ambiente”, explicou o analista Fabiano Pessoa.

Além da adaptação alimentar, os papagaios também receberam cuidados médicos e aos poucos foram descobrindo que possuíam a habilidade de voar. “Quando chegaram aos cativeiros, alguns estavam com atrofia muscular porque não se exercitavam e nem se davam conta de que podiam voar. Então, as aves livres de doenças foram treinadas num corredor de voo e somente depois de acostumarem, decidimos soltá-las”, afirmou.

O processo de adaptação ocorreu em dois viveiros que foram equipados com ninhos artificiais, construídos no interior da floresta em Caxingó. O analista explicou que o ambiente buscava estimular a reprodução, tendo inclusive nascido um filhote no período de treinamento. O pássaro está com dois meses de vida.

Esta soltura faz parte do projeto ‘Dá no pé, Louro’ e é pioneiro no Piauí. Agora, os papagaios serão monitorados por estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) do campus de Parnaíba, Litoral do estado. (Fonte: G1)