Desde sábado (6), o nível do Sistema Cantareira apresentava estabilidade em 20,2%. No entanto, com a continuidade do clima seco, o armazenamento de água caiu para 20,1%. A medição foi feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sem incluir a atual utilização da reserva técnica, volume de água que fica abaixo das comportas e que só pode ser retirado por meio de bombeamento.
No cálculo que leva a reserva em conta, o nível está em 15,6% do total da capacidade de operação. Isso equivale a um estoque de 197,5 bilhões de litros de água. O déficit está em 9,2% e para atingir a superfície das comportas, o Cantareira precisa captar mais 90 bilhões de litros de água.
Nas últimas 24 horas, o volume de chuva foi de apenas 0,3 milímetros (mm). Nos dez dias de junho, o acumulado atinge 11,3 mm ou 19,3% do esperado para todo o mês, que é 58,5 mm.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o sol e o clima mais seco predominará até domingo (14). Apenas na segunda-feira (15), deve voltar a chover no estado de São Paulo.
O manancial do Cantareira recebe água de nascentes localizadas entre o sul de Minas Grais e o norte de São Paulo, que já foi o maior fornecedor de água para o abastecimento na região metropolitana de São Paulo, atendendo 9 milhões de pessoas até 2014. Atualmente, o número caiu para 5,2 milhões.
A diminuição foi gradativa e os últimos consumidores que deixaram de receber água do Cantareira, um total de 200 mil, passaram a ser abastecidos pelo Sistema Rio Claro. Essa transferência ocorreu, no dia 2 de junho, com a interligação de adutoras na Vila Ema, zona leste da capital, que agora distribuem água para os bairros da Mooca, de São Mateus, Vila Formosa, da Vila Alpina e de Sapopemba.
O nível do Sistema Rio Claro também teve baixa de terça (9) para quarta-feira(10), passando de 55,2% para 54,7%. Houve queda em todos os mananciais restantes e além do Cantareira, o que tem o menor volume é o Alto Tietê, onde o nível recuou de 21,5% para 21,3%. No Alto Cotia, a taxa de armazenamento caiu de 66,4% para 66,2%; no Guarapiranga, de 78,3% para 78%; e no Rio Grande, de 91,4% para 91,2%.
Outra medida adotada para aliviar a demanda do Cantareira é a extensão da capacidade de operação do Guarapiranga. Para isso começaram a ser instaladas, na segunda-feira (8) membranas ultrafiltrantes na obra de ampliação da Estação de Água do Alto da Boa Vista.
Ao acompanhar o início dos testes, o governador Geraldo Alckmin informou que a tecnologia de ponta diminui o tratamento químico da água e aumentará a capacidade de produção em 0,5 metros cúbicos por segundo. Isso é suficiente para abastecer entre 300 mil e 400 mil pessoas. Esse recurso tecnológico foi importado da Alemanha, custou R$ 42 milhões, e já é utilizado em países como os Estados Unidos, Israel e Cingapura. (Fonte: Agência Brasil)