O papa Francisco convidou neste domingo (14) à “renovação da atenção sobre a degradação ambiental e sua recuperação em cada território”, ao anunciar a publicação em 18 de junho de sua encíclica sobre o meio ambiente.
“Esta encíclica está dirigida a todos que possam receber sua mensagem e crescer na responsabilidade para a casa comum que Deus nos confiou”, acrescentou após a reza do Ângelus dominical, na janela do Palácio Apostólico.
O título da primeira encíclica de Francisco, já que a anterior foi escrita na maior parte por seu antecessor, Bento XVI, é “Laudato se (Louvado seja). Sobre a proteção da casa comum”.
“Laudato se” é a frase inicial do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, escrito em 1225.
Será o segundo documento do pontífice argentino depois da exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho).
Francisco falou de meio ambiente em muitos de seus discursos e é famosa sua frase que cita o que um idoso um dia disse para ele: “Deus perdoa sempre, os homens às vezes, a Terra não perdoa nunca”.
Para apresentar seu documento, o pontífice elegeu um representante da Igreja Católica, o presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, o cardeal Peter Turkson; mas também Giovanni Zizioulas, representante do Patriarcado Ortodoxo de Constantinopla, muito ativo na defesa da ecologia.
E também um laico, o cientista Hans-Joachim Schellenhuber, fundador e diretor do Instituto Potsdam para a investigação do impacto da mudança climática.
Embora o conteúdo da encíclica, escrita em espanhol, ainda não seja conhecido, sua publicação já é precedida de algumas controvérsias sobre qual será a mensagem e a possível critica aos sistemas econômicos e financeiros atuais, inclusive aos grupos de poder e multinacionais petrolíferas.
O papa já fez várias críticas ao atual sistema econômico, acusando-o de pensar só nos lucros e não nas pessoas.
O cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do chamado grupo “C9” que ajuda a Francisco em suas reformas da Cúria e que leu o documento, afirmou que é “um texto delicioso que vai pôr o dedo na ferida” sobre algumas questões.
Ele antecipou que vai falar muito claramente da responsabilidade que as grandes corporações têm no castigo que está sendo infringindo ao planeta.
“Será uma grande sacudida que fará todos refletirem”, manifestou.
O teólogo brasileiro Leonardo Boff participou da elaboração da encíclica. Ele enviou, a pedido do papa, materiais sobre o tema. (Fonte: Terra)