A construção de uma estação espacial chinesa no sul da Argentina voltou a gerar polêmica no país nesta segunda-feira (29), depois que um programa de televisão alertou que o projeto pode ter fins militares, informação negada pelo governo.
Através de um comunicado de imprensa, o governo de Cristina Kirchner classificou como “enganosa e mal-intencionada” a apuração do jornalista Jorge Lanata sobre a estação que a China constrói na província de Neuquén.
“A estação tem fins científicos e civis exclusivamente”, afirmou o Ministério do Planejamento, que ressaltou os benefícios do acordo, como “um investimento estrangeiro direto de US$ 50 milhões”, o uso parcial da antena da estação e a possibilidade de instalar equipamentos próprios.
O documento oficial garante que “não existem cláusulas reservadas ou secretas” no acordo assinado em fevereiro entre Kirchner e o presidente chinês, Xi Jinping.
Apesar da declaração oficial, Lanata destacou nesta segunda-feira na “Radio Mitre” a falta de transparência do acordo e disse que “nunca se saberá ao certo o que está sendo feito na base chinesa em Neuquén”.
O senador Fernando Solanas, através do Twitter, alertou que “o acordo com a China pode acarretar riscos geoestratégicos à Argentina em meio ao instável cenário internacional”.
“A tecnologia utilizada na estação admite o uso duplo: civil e militar. Estamos diante de uma grande irresponsabilidade política”, acrescentou Solanas.
O convênio entre Argentina e China contempla a concessão de 200 hectares, com uma isenção durante 50 anos, para a construção da base.
Segundo a previsão oficial, a estação espacial entrará em funcionamento em 2016 e será operada pela empresa China Satellite Launch and Tracking Control General (CLTC). (Fonte: Terra)