Em Ruan, na Normandia, a uma hora e meia de Paris, a obra “Amazônia”, do artista austríaco Yadegar Asisi, um panorama de 30 metros de altura e 110 metros de circunferência, leva os visitantes ao coração da selva.
O formato panorâmico permite retratar a natureza de uma maneira diferente da fotografia, já que combina imagens digitais, sons e luzes com o toque final da pintura, pois, como explicou Asisi em entrevista à Agência Efe, “quando se está ali é possível ver toda esta beleza, mas não em um só ponto”.
O trabalho visual é acompanhado de efeitos de luzes que recriam a noite e o dia na floresta e alto-falantes sob o mural que reproduzem sons “in situ”.
“Gravamos animais, água, trovões, os indígenas tocando flauta e cantando (…) há mais alto-falantes que nos grandes cinemas”, explicou o compositor Erik Babak.
Outra aventura técnica do Panorama XXL, um edifício em forma de rotunda de 30 metros de altura, é a possibilidade de contemplar a obra a partir de diferentes alturas. No meio da sala se ergue uma torre com três níveis: a 9, 12 e 15 metros.
Uma tela de mais de três mil metros quadrados e uma imagem de alta definição permitem observar, com ajuda de binóculos, pequenos detalhes como uma lagarta sobre uma folha ou as atividades dos indígenas.
O artista, que mora em Berlim, fez quatro viagens ao Amazonas acompanhado de uma equipe de cientistas e outros colaboradores para discutir ideias e concentrar toda a experiência em um mural, mas acrescentou que “não permite a ninguém lhe diga o que deve fazer”.
Existem outros panoramas de Asisi em Berlim, Leipzig, Dresden e Pforzheim, e os temas retratados seguem quatro linhas principais: a cidade, a natureza, os eventos históricos como o 11 de setembro e o Titanic e uma quarta categoria, que segue ainda como projeto, que explora a percepção em si mesma.
Na linha sobre a natureza, o artista explorou também a cordilheira do Himalaia para a criação de “Everest”, a Austrália para criar uma tela sobre a Grande Barreira de Coral e a Turquia e toda a região do Mediterrâneo para a obra “Pergamon”.
Durante a exposição de “Amazônia”, que durará oito meses, o Panorama XXL se une à empresa Reforest’action, que se comprometeu a replantar na região de San Martín, na Amazônia peruana, uma árvore por cada dez visitantes durante o fim de semana de inauguração.
Asisi explicou que “para as pessoas se conscientizarem sobre os problemas elas têm que conhecer os lugares afetados e amá-los” e disse que pretende levar sua obra ao Brasil, já que, “acredite ou não, só 3% da população no brasileira conhece o Amazonas”.
O projeto, que está aberto a quem deseja contribuir comprando um “kit de plantação solidária” ou diretamente no site do Panorama XXL, colabora com o reflorestamento de regiões onde as árvores desaparecem rapidamente devido à extração de madeira ou por serem substituídas por outros cultivos. (Fonte: Terra)