Nível do Rio Negro desce mais de sete metros em outubro, em Manaus/AM

A descida dos rios muda a rotina de ribeirinhos e a paisagem em algumas áreas de Manaus. Nesta quarta-feira (28), o Rio Negro baixou 3 cm e chegou a cota de 15,92 m. De acordo com a medição realizada no Porto Privatizado de Manaus, o nível desceu o total de 7,26 m desde o dia 1º de outubro.

No Centro, Zona Sul e Leste da capital é possível ver o quanto o nível do Rio Negro baixou. Casas flutuantes e barcos de famílias que viviam sobre o rio ficaram encalhados próximo a Ponte do São Raimundo, desde a última semana. Já no Lago do Aleixo, é possível ver a terra – que antes ficava sob a água – rachada. Moradores do local enfrentam dificuldades para pescar e se locomover.

A redução de chuvas e o calor intenso causados pelo fenômeno El Niño contribuem para a rápida queda do nível do rio, segundo especialistas. A previsão é que o volume de precipitação fique abaixo do normal até o mês de dezembro e impacte no nível do rio.

Escolas – Por conta da cheia e agora da seca dos rios, a solução foi mudar o calendário escolar. Para 3 mil alunos de 29 escolas de Manaus, as aulas começaram em janeiro e vão ser interrompidas no fim deste mês. A mudança não deve afetar o número de dias de aula.

“O rio é que manda. A seca e a cheia são elas que fazem com que a gente planeje uma educação que possa atender esses alunos em situação diferenciada”, disse Edilene Pinheiro, chefe da Divisão de Educação da Zona Rural, à Rede Amazônica.

Navegação – Com a descida dos rios, bancos de areia se formam e prejudicam a navegabilidade no Rio Negro e em outros cursos d’água. Há 10 dias, a Marinha determinou restrições à navegação em um trecho do Rio Solimões, no Amazonas. A medida, que é parcial, ocorre em razão de risco de acidentes com embarcações no período da seca.

O capitão dos Portos, Alfred Dombrow Júnior, decretou impraticabilidade parcial no Rio Solimões, no trecho conhecido como Ilha do Meio, que fica situado a pouco mais 85 km (46 milhas náuticas) no sentido do Terminal Fluvial do Solimões (Tesol), em Coari.

O trecho alvo de restrição é usado como rota por embarcações que escoam parte da produção de petróleo e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – gás de cozinha – da província petrolífera de Urucu da Petrobras. (Fonte: G1)