No Dia Nacional do Pantanal, lembrado na quinta-feira (12), um estudo de organizações não governamentais como o WWF Brasil, mostra que o ritmo do desmatamento do bioma vem caindo nos últimos anos. Nesse período, 154 mil km² foram destruídos.
Esse número mostra que o percentual de áreas naturais do Pantanal continua maior que o cerrado. “No Pantanal, na área de planície, esse percentual é de 85,1% das áreas naturais, ou seja, 15% da área já foi alterada para diversos usos”, afirmou o pesquisar Júlio César Sampaio à TV Morena.
No planalto, há apenas 39,5% da cobertura vegetal ainda existe. A pecuária e a agricultura avançaram sobre o bioma, o que já causa impactos no ciclo das águas. “O Pantanal é extremamente dependente do ciclo das águas. Então, os impactos da ocupação são sentidos no Pantanal. Então a proteção das cabeceiras é uma ação extremamente importante para a conservação”, explicou Sampaio.
Águas – As planícies pantaneiras retêm as águas das chuvas e as que descem das cabeceiras dos rios. São 180 milhões de litros despejados em rios como o Paraguai e o Aquidauana.
Quando vem a cheia, o nível das baías permanentes se eleva, os rios transbordam, alagando os campos em volta. Esse é o chamado ciclo das águas do Pantanal, que transforma a paisagem do bioma e os animais são obrigados a buscar refúgio.
Bioma – O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta, segundo o WWF. Sua área de mais de 170 mil km² ocupa o Paraguai, a Bolívia e os estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A importância desse bioma é reconhecida não só pelo Brasil, mas pelo mundo. O Pantanal é considerado Patrimônio Nacional, como prevê a Constituição Federal. E em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou o bioma como “Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera”.
Ainda de acordo com o WWF, já foram registradas mais de 4,7 mil espécies no Pantanal, sendo a maioria formada por plantas. São 656 espécies de aves, 325 de peixes, 159 mamíferos, 98 répteis e 53 anfíbios. Um desses animais que se destacam entre os demais é o tuiuiú, considerado ave-símbolo do Pantanal.
Data – O Dia Nacional do Pantanal foi instituído em 2008 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, na época presidido pela então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A data lembra a morte do ambientalista Francisco Ancelmo dos Santos, em Campo Grande.
Nesse mesmo dia, em 2005, ele protestava contra a instalação de usinas de álcool no Pantanal e ateou fogo ao próprio corpo. Em sua homenagem, uma lei estadual criou o Dia Estadual do Ambientalista, comemorado no dia 13 de novembro.
Em 2013, o deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT-MS) propôs a criação do Dia Nacional do Pantanal, em lembrança a Santos. Porém, o projeto encontra-se arquivado na Câmara dos Deputados. (Fonte: G1)