O nível de água do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da população da região metropolitana de São Paulo, subiu pelo sexto dia seguido em 2016. Nesta quarta-feira (6), ele subiu de 31,4% para 31,6% de sua capacidade. Os dados foram divulgados nesta manhã pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A chuva registrada em janeiro é de 36,7 mm, o equivalente a 13,9% do esperado para todo o mês.
No dia 30 de dezembro de 2015, o Sistema Cantareira registrou elevação e se livrou da dependência do volume morto após 19 meses.
Outros dois sistemas que contribuem para o abastecimento da população no estado de São Paulo também tiveram elevação nas suas capacidades. O Sistema Rio Grande foi o único que perdeu água.
A reserva técnica começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto.
Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Sabesp também informou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno.
Arte explica volume morto do Sistema Cantareira (Foto: Arte G1)
O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.
A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.
Dezembro registrou 259,4 mm de chuva e a média histórica para o mês é de 219,4 mm. Mesmo assim, a crise ainda não acabou nos reservatórios do estado operados pela companhia na Grande São Paulo, já que o sistema ainda vive uma “restrição hídrica”, segundo informou a assessoria de imprensa da Sabesp.
Segundo boletim divulgado pela Sabesp nesta quarta-feira (6), o nível de água do sistema chegou a 31,6%, índice que considera o volume acumulado em relação ao volume útil. Após uma ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira.
O segundo índice, que está em 24,5%, leva em consideração o volume armazenado na capacidade total, incluída a área do volume morto. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume morto na área total dos reservatórios, e estava em 2,4% na manhã de quarta-feira.
O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 5,4 milhões por causa da crise hídrica que atingiu o estado em 2014. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem. (Fonte: G1)