Com nove meses de atraso, o Estado começou nesta terça-feira (16) a obra de interligação entre a represa Jaguari, em Igaratá (SP), na Bacia do Paraíba do Sul à represa de Atibainha, em Nazaré Paulista (SP), no Sistema Cantareira. Inicialmente, a Sabesp previa dar início ao trabalho em maio de 2015 e depois alterou o cronograma para agosto. A entrega da primeira fase do empreendimento está prevista para abril de 2017.
A medida é considerada o principal ‘socorro’ ao Sistema Cantareira, que abastece mais de 5,7 milhões de pessoas na Grande São Paulo. O evento de inauguração da obra, em Nazaré Paulista, teve a participaçao do governador de São Palo Geraldo Alckmin (PSDB) e o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga.
O sistema idealizado pelo governo vai desviar água do rio para abastecer o Sistema Cantareira, que enfrenta, desde 2014 uma crise hídrica por conta da estiagem no Sudeste. O Cantareira, que opera nesta terça com 18,8% da capacidade, ficou no ‘vermelho’, com o uso do volume morto até dezembro do ano passado.
A transposição vai permitir a transferência de uma vazão média de 5,13 m³/s, podendo atingir a capacidade máxima de 8,5 m³/s de água da Jaguari para a Atibainha – o sistema também vai operar no sentido inverso.
Antes de ser autorizada, a transposição foi alvo de embate entre os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, já que as represas da Bacia do Paraíba do Sul atendem além do interior de São Paulo, os outros dois Estados.
Mecanismo – A transferência da água vai ser feita por meio de uma adutora de 13,4 quilômetros de extensão e um túnel, de cerca de 6,2 quilômetros de extensão. As obras vão ser executadas por um consórcio composto pela Serveng, Engeform e a PB Construções.
“Agora nossas regiões metropolitanas vão ter uma superestrutura preparada para enfrentar as mudanças climáticas, por conta deste investimento”, disse Alckmin.
O empreendimento, que vai custar R$ 555 milhões, conta com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e prevê a geração de mais de 5 mil empregos diretos e indiretos.
A primeira fase do empreendimento vai operar apenas da Bacia do Paraíba do Sul para o Cantareira. A segunda fase deve ser concluída até outubro de 2018 e vai permitir o fluxo de água no sentido inverso. (Fonte: G1)