Apesar da falta de regulamentação para voo, o mercado de veículos aéreos não tripulados (vants) está crescendo e os equipamentos ganham cada vez mais espaço nas pesquisas. No Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de Paulo (USP) em São Carlos (SP), por exemplo, os alunos desenvolvem um modelo que pode representar uma revolução no combate às pragas.
O equipamento tem um reservatório para o defensivo agrícola. A ideia é que o vant sobrevoe as culturas e despeje os produtos com maior precisão. “Aproximadamente 25% do agrotóxico utilizado na pulverização aérea é depositado no campo agrícola. O restante cai fora da área alvo. Então esperamos aumentar a precisão para que esse produto caia só na área cultivada”, afirmou o doutorando no ICMC Bruno Faiçal.
O estudante desenvolve o drone há dois anos e o projeto está em fase de obtenção de patente. O objetivo é trabalhar com inteligência artificial no vant para ele calcular sozinho a área de interesse e quando pulverizar o produto. Outro desafio é aplicar esse sistema em aeronaves maiores.
“Ele pode carregar aproximadamente 20 kg, 20 litros, e conseguiria pulverizar uma mesma área que uma aeronave com uma quantidade bem maior”, garantiu o doutorando.
Mercado – O setor de produção de vants está otimista e o faturamento para 2016 deve ficar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões. Para que os equipamentos possam voar, entretanto, é preciso uma regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Falta definir também como será a capacitação dos pilotos dos drones. Foi feita uma consulta pública e tudo está em análise pela agência.
“O advento da nova regulamentação nos próximos meses vai permitir que se explore comercialmente o produto, vai ter um ‘boom’ do mercado e vai permitir que empresas de topografia, de agrimensura e agronomia possam usar como uma ferramenta cotidiana”, disse Giovani Aminanti, diretor de uma empresa de vants que espera dobrar o faturamento neste ano.
Outras questões são a formação dos desenvolvedores dos equipamentos e a oferta de vagas. Com o crescimento do setor, aumentam as chances para engenheiros e técnicos.
“Quando me chamaram para fazer a entrevista, fiquei na expectativa. Eu gosto de aprender coisas novas. Para quem estuda bastante e quer se encaixar no mercado de trabalho é uma ótima oportunidade”, contou o técnico em mecatrônica Luiz Fernando Palarmino, que nunca imaginou que trabalharia com vants. (Fonte: G1)